Quão porcaria é um time sem campo

foto, Paulo MaracajáEu nem gosto muito do Raniere Alves como radialista Esportivo da Rádio Sociedade da Bahia, porém, hoje ele veicula, no Site Futebol do Nordeste, um tema que está em pauta e interessante, justamente no momento em que o Bahia esperneia e acusa o superiendente da SUDESB, Raimundo Nonato, o Bobô, de perseguir o clube quando, acertadamente, não liberou o estádio de Pituaçu para a realização do próximo jogo do Bahia, contra o Camaçari.

O Raniere Alves pergunta: Porque o Atlético-GO pode ter um estádio e o Bahia não? Não creio ser preciso recorrer, madame Beatriz, tenho certeza que somente Paulo Maracajá pode responder a essa boa pergunta, afinal de contas, foi ele que inaugurou o famigerado slogan: “A Fonte é do Bahia”, e o pior é que o antigo presidente do Bahia não estava 100% errado, se o assunto fosse observado apenas pelo viés político naquela época.

A Justiça, os meios de comunicações, o dinheiro, os empregos no estado, tudo isso e muito mais, era dele e dos seus e dos amigos dos seus. O homem fazia parte da turma que mandava e desmandava na Bahia. O Paulo Maracajá usava o Esporte Clube Bahia como um mero instrumento político e, como tal, era desnecessária a construção de um estádio de futebol. Quando dizia que a Fonte Nova era do Bahia, na verdade queria dizer: A Fonte Nova é nossa! Ou seja, dele e dos seus amigos que, mais tarde lhe ofereceriam um emprego da China ainda que o escritório funcione aqui mesmo, no Tribunal de Contas, em Salvador.

O pobre Bobô, no episódio da queda das arquibancadas da Fonte Nova, entrou de gaito na canoa furada, foi na onda sem prancha, se têm noticias que não suportou as pressões do próprio Bahia, cedeu para a liberação da parte interditada. Pronto, a zorra despencou, sete morreram e o Bahia, de pronto, tirou o braço da reta e foi logo avisando: “Não tenho nada com isto, somos apenas simples locatários, não temos estádio e não exercemos qualquer ingerência sobre ele”. Moral, o Bobô indiciado em inquérito policial e até hoje tem que vestir paletó e gravada para se explicar na justiça em diversas audiências, num episódio onde a sua única culpa foi não ter sido macho o suficiente para dizer NÃO. Hoje tomou coragem e é visto pelo Bahia, e alguns dos seus torcedores, como inimigo do clube. Confira Artigo do Raniere Alves do site Futebol do Nordeste.

A pior coisa nesse mundo é pagar aluguel, ou então morar nas coisas dos outros por mais que não se pague nada. Ainda fica um time tradicional do futebol nordestino penando para atuar e acomodar sua torcida e o que é pior não tem cimento aberto pra sentar e o negócio é esperar pela boa vontade dos donos dos estádios. É assim a triste e fadonha história do glorioso e já campeão brasileiro de futebol, o Esporte Clube Bahia, que disputa o campeonato baianão desse ano do mesmo jeito que vem disputando em anos anteriores. Deus sabe onde!

Depois de ter empatado em 2001 na antiga e saudosa Fonte Nova com o Juazeiro e tendo que decidir no Adauto Moraes no norte do estado a grande final do certame daquele ano, e conseguindo um título que até hoje tá engasgado no pescoço dos juazeirenses, vem agora pedir socorro depois de nove anos sem ganhar nada e com a mesma realidade nas mãos: Sem estádio e pedindo pra jogar no campo dos outros.

A melhor coisa que o time tricolor deveria ter feito, era pedir ao governo do estado para administrar o estádio de Pituaçu e fazer igual ao Botafogo do Rio que cuida do Engenhão e não deixa ninguém, pisar no gramado se não pagar pra jogar, ou seja quem manda por lá é o clube e não o estado e nem a cidade.

Fica o Bahia pedindo esmola ao governo pra ter um lugar onde jogar e fica passando os mesmos problemas igualzinho ao que acontece no baianão e sem saber se vai jogar em Pituaçu, Armandão, Carneirão ou outro “ão” por aí.

Brincadeira mesmo com o torcedor, que já não aguenta mais desde o tempo que a Fonte foi fechada e o que parecia ser o seu estádio foi por água abaixo, ou melhor por arquibancada abaixo.

Cuidado pra turma não esquecer da famosa estrela no peito e começar a cobrar de verdade um estádio de fato. É inadmissível como o Atlético de Goiás tem um estádio, o Goiás também. O Náutico tem o seu, o Sport também, e o Santa que não tem nem série no brasileiro, mas tem um estádio pra jogar futebol. Todos esses e muitos outros clubes correram pra ter o seu mando de campo mesmo. E o que é pior para os torcedores do Bahia, é saber que o arqui-rival tem um baita de um patrimônio com estádio e tudo e o tricolor de aço ainda se esconde atrás da famosa estrela.

Cuidado de aço, pois a torcida já pede um patrimônio com duas traves e uma grama, e que seja seu e somente seu. Faça isso e pinte uma estrela no grande círculo como prova de respeito a essa imensa, fanática, gloriosa e sempre inteligente “torcida tricolor”.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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