Hoje, é um dia feliz para mim, gostaria que fosse também para toda a humanidade. O muro de Berlim caiu, outros muros foram erguidos, assim caminha a humanidade. Mas, deixando de lado os muros e construindo pontes, a seleção brasileira vai jogar na velha Bahia. Desconstruindo uma imagem que ficou guardada na memória dos baianos quando desconvocaram Charles com carnês já vendidos; porém, hoje, a seleção classificada depois de um jogaço contra a Argentina, vem aqui para comemorar junto com um filho da terra e ex-jogador querido do Esporte Clube Bahia, Daniel Alves, seu passaporte para a primeira Copa na África.
E o Bahia e o Vitória não ficaram indiferentes a este evento. O Vitória recebeu os chilenos, o Bahia sub-20 jogou contra a seleção. A passagem da seleção vai deixar saudade tenho certeza: engarrafamentos, tietagem, euforia e deslumbramento com a camisa canarinha, a mais bela das belas seleções. Impossível não extravasar a euforia quando a seleção entra em campo. Parece um filme da história do futebol brasileiro vitorioso passando na cabeça de milhões. Não são só nossos heróis, hoje, que jogarão, mas, também, o espírito de Garrincha, Pelé e Tostão.
Nossa seleção é uma jóia, o ouro verdadeiro que reluz. Quando ainda menino no Maracanã vi Zico e Sócrates jogando, e aqui em Recife vi a seleção metendo 6 x 0 na Bolívia e depois partindo para a conquista do tetra. Tudo isso na minha memória afetiva não é maior que a tristeza da desclassificação da seleção de 1982, quando o futebol arte perdeu para o futebol defensivo da Itália. Nunca tinha visto uma seleção como a de 1982: brilhante, mágica e tão identificada com o povo brasileito com sua arte. O brasileiro simples e comum que usa de sua ginga para superar a dor das injustiças sociais. O lado negativo do jogo de logo mais é o preço quente que a CBF cobra, irreal quando se trata de um país em desenvolvimento.
Pois é, meu Rei! O que podemos comemorar é a nossa bem aventurança de um Estádio moderno que abrigará a seleção. Um espaço novinho e digno dos baianos. Pituaçu é responsável e símbolo de uma mudança paradigmática de como se pensar o futebol na Bahia. Uma Bahia que ama a seleção e que vive uma nova era de inclusão social; o Esporte como parte indissociável da cultura. Não dá para falar de cultura sem hoje mencionarmos o futebol baiano e Pitauçu, nossa casa mais moderna. Seguramente entre os estádios mais modernos do país. Isso nos enche de orgulho e nos credencia para a Copa do Mundo. A Fonte Nova reconstruída só vem coroar essa nova mentalidade de incremento por uma Bahia apta a receber qualquer espetáculo com conforto e segurança, valorizando nossa cultura e amor pelo futebol.