Outplan X BWA: Disputam a venda de ingressos

A modernidade custa caro. Operacional on-line, catracas informatizadas, ingressos com tarja magnética e toda a infraestrutura necessária para o acesso do torcedor ao estádio podem valer até 10% da renda bruta de uma partida.

E, óbvio, não faltam interessados em oferecer seus serviços. Salvador só reflete uma disputa que se estende Brasil afora: a da “guerra dos ingressos”. Aqui, as empresas Outplan e BWA têm se revezado como prestadoras no reformulado Pituaçu.

Mas não há consenso. A primeira é contratada pela Sudesb, administradora do estádio. A outra, é parceira do Bahia e trabalhou sob efeito de liminar nas partidas contra Figueirense e Bragantino.

A ação impetrada pelo clube, no entanto, foi cassada na segunda-feira (13), em decisão publicada no Diário Oficial da quarta seguinte – o que recolocou a Outplan em ação.

VERSÃO

“Temos contrato com a Sudesb até 31 de Dezembro ou até que se decida, em licitação, por outra empresa”, garante o diretor administrativo da Outplan, Rodrigo Calomeno.

O edital para a escolha foi publicado e a concorrência tem data: 18 de Agosto. “Até lá, tínhamos que escolher alguém. Escolhemos quem pagou e fez um bom trabalho”, explica o diretor geral da Sudesb, Raimundo Nonato Tavares, o Bobo.

A superintendência recebia R$14 mil mensais da empresa, no contrato que se estendeu até ao final de Junho. Além disso, Bobo explica que o custo operacional da Outplan é menor. “É muito mais barato. Podemos fazer essa análise nos grandes jogos. No Ba-Vi, que a renda é de R$900 mil, isso custa R$90 mil. Com o valor fixo, cai pela metade”.

O dirigente tem razão. A contratada da Sudesb cobra R$1.70 por ingresso, enquanto a BWA opta por 10% da renda bruta. E basta dar uma olhadinha na tabela de custos dos últimos jogos aí do lado, para ver quem saiu ganhando nessa história.

DIVERGÊNCIA

A BWA preferiu não estender a polémica. Alega que o valor cobrado é o mesmo em todo o Brasil e é discutido diretamente com o clube. E ressalta que é o Bahia quem deve se pronunciar.

O clube entrou ontem com recurso no Tribunal de Justiça do estado. Entende que o mandante da partida é responsável pelo espectáculo.

“Fazíamos o controle do acesso na Fonte Nova, Armando Oliveira e Jóia da Princesa, todos públicos. É lei federal. O Estatuto do Torcedor traz o clube mandante como senhor dos direitos e deveres”, pondera Solon Kelman, advogado tricolor na questão.

Para o Bahia, tudo passa pelo que diz o Artigo 21 do estatuto: “A entidade detentora do mando de jogo implementará, na organização da emissão e venda de ingressos, sistema de segurança contra falsificações, fraudes e outras práticas que contribuam para a evasão da receita decorrente do evento esportivo”.

FONTE

“O artigo não faz distinção entre público e privado. Como o clube pode ser responsável por problemas se a empresa não foi contratada por ele?”, questiona Kelman.

Vale dizer que clubes como Flamengo e Corinthians são os responsáveis pelas bilheterias de Maracanã e Pacaembu, ambos públicos. “Com a reforma de Pituaçu, O Bahia reconheceu o esforço do estado e não se opôs ao contrato até 30 de Junho. Mas fomos surpreendidos com a renovação”, segue Kelman. A discussão se estende, na Justiça, pelas próximas semanas. Com informações do Correio da Bahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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