Vitória 1 x 0 Coritiba: No Teatro dos Sonhos, “The Magic”.

Na tarde deste domingo ensolarado eu poderia ter feito o de sempre – chegar cedo ao Barradão e aproveitar as benesses que o Sou Mais Vitória me proporciona. Mas desta vez, antes de adentrar o Barradão, tinha eu de cumprir a obrigação de comprar um ingresso extra exclusivamente pra prestigiar o melhor jogador do Campeonato Brasileiro (campeonato brasileiro é um só, o resto é torneio de acesso). Promessa feita, promessa cumprida.

Fiquem certos que não só eu como também os demais membros da feliz torcida tricampeã foi ao Teatro dos Sonhos não apenas para ver um mero jogo de futebol, fomos ver mais um espetáculo da máquina de fazer felicidade rubro-negra. Não nos era lícito pensar diferente. Vencer o Coritiba seria o feijão com arroz, mas já estávamos acostumados com pratos muito mais elaborados.

O primeiro tempo transcorreu da forma convencional dos últimos jogos – o Vitória atacou, atacou, atacou, chutou, chutou, chutou e o goleiro adversário defendeu, defendeu, defendeu. A única diferença foi que faltou magia. Faltou o tradicional brilho. No intervalo eu continuava certo da vitória, mas olhava de soslaio para o meu ingresso extra, imaginando o que ele me reservava para o segundo tempo.

Não precisei aguardar muito. Com menos de 20 minutos Bida já estava em campo, já tinha feito um tabela maravilhosa com Leandro (o craque da ala esquerda) e chutado uma bola raspando. Pouco tempo depois o mesmo Bida recebeu uma bola na esquerda, levantou a cabeça, esperou o ataque sair do impedimento e deu um passe maravilhoso para “Magic” que transformou um simples jogo de futebol em espetáculo. Passe precioso no peito, no chão, na rede.

Aquela mesma bola poderia ter sido gol de Roger, de Apodi e até de Adriano, mas então seria apenas um gol e não um lance que faz o futebol ser apaixonante. Um Neto Baiano qualquer da vida daria uma cacetada na bola que poderia furar a rede, como também poderia estar até agora viajando por trás da Torcida Camisa 12. Com Leandro “Magic” Domingues é diferente, é sempre diferente. Ele matou a criança no peito já olhando a saída do goleiro, dizendo “vou colocar ali” e no segundo seguinte já abria os braços aguardando o delírio.

Todavia, amigos, esse gol não seria a única obra mágica, nem a mais bonita, a ser vista no Teatro dos Sonhos neste domingo feliz. Poucos minutos depois, Leandro Domingues arrancou do campo do Vitória, driblou um volante do Coritiba como se ele não existisse e na intermediária, quando até os deuses do futebol imaginavam que ele iria empurrar a bola na direita para deixar Apodi na cara do goleiro, “Magic”, virando a cara, passa a bola para a esquerda devolvendo o presente que Bida lhe deu. Bida sequer concluiu a jogada que seria nosso segundo gol, ainda mais bonito que o primeiro, e o lance não passou nos “melhores momentos” de nenhum canal, o que foi ótimo, pois os “torcedores radialistas” vão ficar apenas imaginando quão lindo foi aquele lance.

Fim de jogo, 3º lugar, Libertadores e toda aquela alegria incontida que acompanha o melhor do Nordeste.

Para mim restou a obrigação de domingo que vem comprar mais um ingresso extra e a árdua tarefa de ficar imaginando quais os novos encantamentos que “Magic” está preparando para nosso próximo encontro. Certamente haverá dias em que ele não brilhará, pois, apesar de não parecer, ele é humano. De toda forma, o sorriso que ele constrói na face rubro-negra e o assombro que causa na fisionomia dos demais já vale a compra antecipada dos ingressos extras até o final do ano.

André Dantas (Snowman)

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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