C O M E L L I

Dá para notar que o Bahia ainda está longe de ser um time confiável. Não há boas peças de reposição, assim a luta pela ascensão do time rumo a série principal será árdua.

Mas uma coisa deve ser dita: O treinador que reassumiu o time tem personalidade e, principalmente, coerência, o que o diferencia do seu antecessor, Gallo. Este último era confuso, inseguro, não sabia o que queria, mesmo quando a coisa estava dando certo.

Vamos aos pontos:

1. Comelli ao reassumir o Bahia escolheu por convicção própria o esquema de 3-5-2 desde o primeiro jogo contra o América. Mesmo com o fracasso inicial ele não mudou seu ponto de vista, apenas trocou a peça que ele achou inadequada: Leandro voltou á posição de origem (volante);

2. Ele, mesmo com algumas contratações, procura dar um entrosamento na equipe, mantendo sempre uma base. Os reconhecidamente bons atletas contratados só vão entrar à medida do possível e paulatinamente. Sem exageros;

3. Tenho certeza que ele, Comelli, dá atenção ao que a torcida que acompanha o time diz do time. Provavelmente através de olheiros. Observem bem que ele, diferentemente de Gallo, aceita as idéias que lhe são repassadas, desde que afetem muito ao que pensa. São os casos de Menezes no lugar de Evaldo. Élton como segundo volante. Saída de Joelson etc.;

4. É bom observador, pois logo notou que Joãozinho, apesar de xodó da torcida, ainda não tem condições de jogar. Já quanto a Nadson, de logo notou o potencial do jogador e as melhores condições físicas deste. Caso contrário, ele teria optado por Joãozinho, não Nadson para entrar no jogo contra o Vasco;

5. Não tem medo de fazer as substituições que entende necessárias, porém, muito diferentemente de Gallo, procura não fazer invenções tais quais um lateral no lugar de um atacante, um volante na lateral, um zagueiro como volante etc. Só tentou uma vez (primeiro jogo com Leandro), arrependeu-se e logo descartou tal insensatez. Quanto ao que podem alegar em relação ao Alex Maranhão, como ele mesmo afirmou, não seria novidade, pois já o conhecia e sabia que teria atuado como ala. De igual modo, ele não tinha opções, pois não podia contar com Ávine, Rubens Cardoso e com o novo contratado junto ao Grêmio;

6. A passagem dele antes por aqui deu a ele alguma experiência tanto quanto ao potencial da torcida, que ele respeita muito, como também como lidar com imprensa, que fomenta muita cisão entre o elenco, o treinador e a torcida. Ele aprendeu.

São as razões pelas quais eu acho que o Bahia ainda vai melhorar muito.
*Josedil Carlos Neri Neto, Joca, é membro do fórum do ecbahia.com.br

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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