Brasil lidera ranking de mortes no futebol

Nos últimos dez anos, 42 torcedores morreram em conflitos dentro, no entorno ou nos acessos aos estádios de futebol do Brasil. Os dados foram contabilizados e estudados pelo sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universo, Maurício Murad, baseado em dados fornecidos por jornais, revistas e rádios das principais cidades do país entre os anos de 1999 e 2008. As informações foram mais tarde checadas nos Institutos Médico Legais (IMLs) e nas delegacias de polícia das cidades onde as mortes ocorreram.

A Bahia também está nesta estatística, nos últims anos pelo menos três torcedores morreram, antes ou após partidas realizadas em Salvador. Todas foram no entorno dos estádios. As útimas vítimas morreram após um Ba-Vi realizado em 2007. O pedreiro Luiz Carlos Pereira, 41 anos, e o aposentado Pedro Sales Silva, de 43 anos.

“Quando começamos a fazer o levantamento, o Brasil estava em terceiro lugar na comparação com outros países no número de óbitos. A ordem era Itália, Argentina e Brasil. Hoje, dez anos depois, o Brasil conquistou o primeiro lugar. É uma conquista trágica, perversa”, afirmou o professor.

Segundo ele, essa constatação deveria ser uma grande preocupação para um país que vai abrigar um grande evento como a Copa do Mundo de 2014. “Essa violência é uma preocupação para a Copa porque, de todos os problemas que a Fifa (Federação Internacional de Futebol) acompanha, e de tudo o que o caderno de exigências para a Copa do Mundo determina, a segurança pública é um dos principais. O problema da segurança pública é da maior importância para a Copa do Mundo.”

O fato do Brasil estar ocupando o trágico primeiro lugar no número de óbitos em conflitos de torcedores deve-se, segundo o professor, ao fato de não ter ocorrido aqui uma reação a esse tipo de violência, tal como fez a Itália, promovendo reformas na legislação até para punir os dirigentes que incitam a violência. “No Brasil, infelizmente, não houve reação satisfatória e consistente”, concluiu. Com informações da Tribuna da Bahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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