ABL analisa as contas do Esporte Clube Bahia

A Associação Bahia Livre sempre divulgou todos os relatórios das auditorias do BASA que, por obrigação da Comissão de Valores Mobiliários, são divulgados no site da CVM, porém o Esporte Clube Bahia (ECB) nunca divulgou as suas contas para que todos os tricolores informados da situação financeira do Bahia.

Agora, pela primeira vez na sua história, o Esporte Clube Bahia (ECB) divulgou no site oficial o seu balancete e demonstrativo de resultado (clique aqui para ler).

Por esta postura da ABL, alguns torcedores levantaram questões referentes às contas do ECB e, após uma análise mais detalhada, responderemos aqui algumas delas:

Onde está o passivo a descoberto superior a R$ 50 milhões que o Bahia tinha? As contas divulgadas no site são do Esporte Clube Bahia (ECB) e não do BASA, empresa controlada pelo ECB e que (diferente do verificado no período 1998-2008) não é mais responsável pela gestão do negócio futebol.

O famoso passivo a descoberto superior a R$ 50 milhões é “privilégio” do BASA, que, na prática, deverá ser tratado como uma “massa falida”. Ademais, como o ECB não possui fins lucrativos, não tem a obrigação de realizar a equivalência patrimonial (ou seja, a despeito do ECB controlar 65,3% do capital social do BASA, não há “contaminação” entre os balanços). Muitos sites divulgaram que o Bahia confessou ter uma dívida fiscal de cerca de R$ 30 milhões para ter acesso à Timemania, como é que, no balancete, o item impostos parcelados totaliza apenas R$ 8,2 milhões? Quem tem uma dívida fiscal de R$ 30 milhões (ou mais) registrada na Timemania é o BASA.

É provável que o ECB também consiga incluir a sua dívida fiscal na loteria. A conferir. Por que as pendências financeiras do distrato não foram lançadas no balancete e no Demonstrativo do Resultado? As pendências financeiras do distrato (que, segundo o balanço trimestral da Ligafutebol S.A alcançam R$ 4,4 milhões) só serão lançadas quando a negociação dos atletas for efetivada (pró-memória: a partir de 2009 até fevereiro de 2023, 30% dos direitos federativos do atletas tricolores negociados deverão ser repassados para a Ligafutebol S.A).

Outro lembrete: segundo o texto do distrato, o ECB adquiriu 2.940.000 ações ordinárias pelo preço de R$ 1,00 (um real) e 2.815.000 ações preferenciais tipo A pelo preço de R$ 1,00 (um real), ações estas que a Ligafutebol S.A detinha do BASA. O resultado do trimestre (prejuízo de R$ 1,2 milhão) sinaliza um rombo de cerca de R$ 5 milhões em 2009? Não, necessariamente. Muitos clubes deixam para equilibrar as suas contas no final do ano, através da negociação de atletas.

Por exemplo, em 2004, o BASA apresentou resultados cadentes ao longo do ano (lucro de R$ 469 mil no 1º trimestre, prejuízo de R$ 1 milhão no 2º trimestre e prejuízo de R$ 3 milhões no 3º trimestre), mas praticamente equilibrou as suas contas (prejuízo de apenas R$ 689 mil) no final do ano, com a venda do jogador Danilo Gomes (US$ 1 milhão) ao Tokyo Football Club. Dessa forma, como diria o saudoso Armando Oliveira, “ainda não há motivos para atearmos fogo às vestes”. A nação tricolor parabeniza a direção do Esporte Clube Bahia pela iniciativa e espera que essa prática seja renovada a cada trimestre, pois só com a transparência todos os tricolores poderão ajudar e participar da vida do Clube.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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