Vitória X Vasco: O otimismo da torcida rubro-negra

O Vitória, hoje à noite, tem uma cartada complicada, encontra-se o Leão da Barra, “Avenida”, na obrigação de meter cinco no Vasco de pernas fechadas, para não receber nenhuma bola dentro, sob pena de derramar o caldo e engravidar o sonho. Será isto realmente possível num campeonato mata-mata e tendo como adversário o Vasco da Gama?

O porteiro do prédio onde moro acha que sim. Ontem, à noite, profundamente manifestado por alguma entidade administrada pelo caboclo americano Josef Black-Decker e numa espantosa confiança digna de 2850 RPM de potência, foi logo profetizando: “Senhor Carrera, vamos brocar o Vasco, anote aí”. Claro, não anotei nada.

Compreendo o senhor Aloiso, sergipano de 63 anos, 40 anos dedicados ao sofrimento e outros 23 acalentando o sonho em ouvir o hino rubro-negro ecoando um pouco além da fronteira entre Paripe e Periperi. Ele tem um sonho, antes de morrer quer ouvir o hino rubro-negro tocando em ritmo de pagode, em Lagarto, sua terra natal. Ele até que merece, o hino nem tanto.

Como diariamente faço, perambulei pelos BLOG rubro-negros em busca de encontrar otimismo semelhante e não deu outra, no BLOG do Lucas Serra havia uma prece, uma louvação, em busca do que ele próprio reputa como algo sobrenatural e oposto às leis da natureza e, ainda assim, diz que vai brocar e curiosamente pede o milagre e, escroto, não cita o nome do santo.

Já no BLOG do Franciel Cruz pai, tio, irmão, primo e sobrinho de todas as batalhas rubro-negras, hoje sócio benemérito de São Judas Tadeu contratado, exclusivamente, para esta empreitada (o único especialista em causas impossíveis que cobra em reais), encontramos um manifesto em forma de carta aberta, onde o rubro-negro Rodrigo Falcão sem dormir, já acordou, e acordado já sonhou, e o pior, já brocou de quatro a zero, e o mais grave, o Marcos Guimarães acreditou e o Maurição otário não nega que até já apostou.

O Mauricio Guimarães no post de ontem relembrou o placar de Bahia 5 x 0 no Santa Cruz de Dario e companhia, depois de levar 4 x 0 no Arruda, mas aí é que tá: naquele época rolava um clima amoroso entre Paulo Maracajá e Iemanjá, enquanto hoje, Jorginho Sampaio de tão deslumbrado pela ascensão de pagodeiro à vice-presidente do Leão, cospe pedra, bufa brita e acerta o santo, esquecendo que praga justa, Deus, quando invocado, escuta.

Mais de onde vem todo este entusiasmo e otimismo, se não temos precedente importante da história recente do futebol que acene para está possibilidade numa disputa de mata-mata na Copa Brasil? Claro, alguns dirão que é a paixão desmedida, enquanto digo que é o orgulho assassino confesso da razão tomando conta e insuflando a torcida rubro-negra para o triunfo que, se atingido, será retumbante e histórico trazendo orgulho a grande parte da Bahia esportiva. Claro, duro será tolerar “os caras” com seu grito de guerra bem característico daqueles do mesmo clube centenário, mas que ainda são aspirantes a um titulo de repercussão nacional. É o preço, eu pago!

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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