Cadê Pelé?

Estatuta de PeléFugir da marcação dos zagueiros dentro de campo, ao contrário do que parecia, nunca foi fácil para ele. Mas, ao longo de sua carreira, Pelé conseguiu sair ileso, sem nenhum braço ou perna quebrado. Considerado o maior jogador de todos os tempos, só não conseguiu driblar a cobiça e o vandalismo nas ruas de Salvador. A estátua comemorativa ao tricampeonato mundial conquistado pela Seleção

Brasileira em 1970 já não mais decora a entrada da Sudesb, na ladeira da Fonte Nova. Inaugurado um ano após o título, o monumento foi totalmente depredado e ainda não tem previsão para voltar ao pedestal de onde não deveria ter saído.

O valor do cobre

A importância de Edson Arantes do Nascimento ficou em segundo plano diante do valor do cobre, material de que é feita a estátua. Primeiro foram os braços com a Taça Jules Rimet (em 2007) e depois a cabeça do “rei do futebol”. O destino das peças? Ferros-velhos de Salvador. “Foram vândalos que roubaram para trocar por drogas”, lamenta o gerente da Sudesb, Raimundo Nonato, o Bobô.

A previsão para a restauração do monumento era o segundo semestre de 2007. Mas, até agora, dois anos depois, a estátua de Pelé continua sem cabeça e sem braços. De acordo com o gerente de sítios históricos da Fundação Gregório de Mattos, João Luciano, o retorno do “rei” está próximo. “Nos deram um prazo de 30 a 60 dias para a finalização. Restauração é uma coisa complicada, é uma arte”, justificou. A fundação não sabe sequer quando a peça foi retirada da Ladeira da Fonte. Será que prazo vale mesmo?

Bate-cabeça fora de campo

Acostumado a deixar os zagueiros tontos dentro de campo, Pelé também está causando uma grande confusão fora dele. Por causa da restauração da estátua, a Fundação Gregório de Mattos e a Sudesb ficam no jogo do disse-me-disse. Situação semelhante à dos antigos adversários do “rei”, que faziam de tudo para não marcar o atacante. A responsabilidade pela segurança e manutenção da estátua era da Fundação Gregório de Mattos, ligada à Prefeitura de Salvador. Mas, como a peça estava perto da Fonte Nova e se tratava de uma homenagem ao futebol, a Sudesb, segundo Bobô, se ofereceu para ajudar na reparação, “mas eles não quiseram”.
Onde vai ficar?

O gerente da Fundação Gregório de Mattos, João Luciano afirmou que já entrou em contato com a Sudesb para defini onde a estátua será colocada já que o Estádio da Fonte Nova está interditado e deve ser reformado. Mas a afirmação Luciano não coincide com a reclamação do diretor da Sudesb “Eu peço até que, quando vocês souberem de alguma coisa avisem a gente, porque não nos falam nada”, rebateu Bobô. Rafhael Carneiro do Jornal da Metropóles

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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