Quem não amou a elegância sutil de Bobô? 20 anos depois

O Brasil viria uma das decisões mais emocionantes do futebol brasileiro entre um clube nordestino e um papão de títulos, o Inter. Eles não sabiam que o Bahia era um time copeiro também. Contou-me um amigo que Taffarel, num restaurante em Salvador, dizia que seria muito difícil ganhar do Bahia. Bom, a história confirmou que o time do Bahia estava embalado e ninguém conseguiria pará-lo. Tentaram na entrada do vestiário do Bahia no Beira Rio intimidar o nosso esquadrão com um “trabalho”. Mataram um boi para barrar no mundo sobrenatural o axé do Bahia. Foi em vão!

A verdade é que os slogans do time do Bahia afirmados em nosso hino estavam vibrando muito mais: “ninguém nos vence em vibração” e “nascido para Vencer”. A torcida tricolor em Salvador, apesar do nervosismo, acreditava e fazia suas promessas. Andar ajoelhado no barzinho e outras oferendas foram ofertadas em troca do título. Mas foram os gigantes em campo: Bobô, Paulo Rodrigues, Gil e companhia que imprimiam principalmente no segundo-tempo a confiança que futebol se ganha sobretudo se arriscando. O Bahia passou a atacar o Inter e quase sai gol do Bahia no Beira Rio. Teve bola na trave do Bobô, ataques rápidos e um sentido de coletividade invejáveis.

Um 0 x 0 cheio de vida foi o jogo final. Um zero a zero histórico que valeu o campeonato brasileiro de 1988. Quantos de nós saíram as ruas depois do jogo para comemorar no farol o título que mais mexeu com toda a Bahia esportiva? Na chegada nossos heróis em cima do trio-elétrico e uma multidão que arrastaram viveram momentos únicos. Ver nossos heróis no panteão da glória foi o máximo! A emoção me toma enquanto escrevo nesse momento ao rememorar a vida, a glória, o choro e toda a alegria de ser Bahia. Relembrar é viver!

Maurício Guimarães

PS.: Se já conquistamos duas vezes o título brasileiro, por que não o terceiro, o quarto…?

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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