BaxVi sem torcida adversária?

Sí, somos todos argentinos agora. Só faltava essa! Acabar com a boa rivalidade e a “guerra” no bom sentido das torcidas. Deulos travados simbolicamente entre o bem e o mal.

Uma das coisas do espetáculo de futebol que gostamos é presenciar a diversidade de cores e gritos das torcidas. Reverenciar os times na entrada e competir para ver quem tem a torcida mais entusiasmada é a parte de uma sacro-santa tradição do futebol.

Nélson Rodrigues diria que ficamos todos burros. O futebol viraria algo próximo a uma saudação nazista, onde não é possível ver qualquer evidência dos contrários, como se a vida fosse feita de uma só cor ou linha vertical.

O BaxVi preenche o tempo e o espaço com suas torcidas numa divisão da vida de igual importância. O BaxVi simboliza a vida e a morte, tudo está ali, pois o gol do adversário significa a morte e o gol que fazemos o renascimento da vida.

Nada mais simbólico da nossa verdadeira natureza que as torcidas demonstrando suas antipatias e finalidades. A catarse da vitória significa a superação dos adversários simbolicamente, quando projetamos no adversário o autoritário patrão, a patroa mandona ou o cunhado chato. No estádio as cores enfeitam e preenchem essa natureza humana recriada para vivermos o espetáculo necessário da beleza nossa da cada dia.

Deus, nos dai de novo torcidas nos estádios e a poesia nossa de cada dia! É com essa oração que rogo para que também não acabem com o torcedor depois da torcida adversária. Sim, porque a torcida que o mercado deseja é a do “corinthiano” que está sentado na poltrona de sua casa, o pacato cidadão, que pula e grita trancado em sua prisão, evitando a violência presumida em estatísticas frias e distantes do palco da vida do BaxVI.

Maurício Guimarães

Ouçam o que dizem, Alex Portela/Paulo Carneiro sobre o assunto

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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