Alarme constrange Ricardo Teixeira na Bahia

Ninguém soube o motivo. Mas foi um ato emblemático da preocupação nacional em relação à Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no Brasil e tem estimativa de uso de R$ 35 bilhões do erário. Os temores em relação à lisura dos procedimentos estavam simbolizados no alarme estridente que interrompeu, nesta sexta-feira pela manhã, a visita da comitiva de inspeção que avaliou Salvador, uma das 17 candidatas a subsedes da competição.

Quando discursava o polêmico presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador da Copa, Ricardo Teixeira, um dispositivo de incêndio disparou sem motivo aparente, interrompendo tudo por cerca de cinco minutos. Puro constrangimento. Sobressalto dos inúmeros e estupefatos anfitriões. Foi o único momento fora da normalidade, na visita à capital baiana de três inspetores da Federação Internacional de Futebol (FIFA) e dos seis membros do Comitê Organizador. Um ovacionado funcionário do governo, que preferiu o anonimato, conseguiu desmontar o alarme com as mãos, enquanto uma equipe atravessava o Estádio de Pituaçu para desligá-lo. O governo baiano admitiu que promoveu a reunião com a FIFA no estádio, novinho em folha, para propagandear sua capacidade em erguer equipamentos adequados ao maior evento do mais popular esporte do planeta. Só não se divulgaram aos visitantes os intermináveis transtornos da viabilização de Pituaçu, construído em 1979. Além de refregas com o Ibama, da falta de licitação e alvarás, das obras embargadas, das disputas judiciais e do atraso de seis meses para reabertura, o orçamento inicial de R$ 21,8 milhões ainda culminará em gastos de R$ 55 milhões. Também não se falou na tragédia da Fonte Nova, propriedade do governo estadual, que está interditada desde 25 de novembro de 2007, quando sete torcedores do Bahia morreram ao cair de um buraco aberto no meio do anel superior, numa partida pela Série C do Campeonato Brasileiro. Silêncio total. “Eles têm notícia do que aconteceu. Sabem pelo que foi divulgado”, afirma Fernando Schmidt, chefe de gabinete do governador e coordenador do Grupo de Trabalho Executivo, que comanda as ações sobre a candidatura soteropolitana. Explicações não foram pedidas pela Fifa nem espontaneamente dadas. E é justamente o estádio de 1951 que será parcialmente aproveitado para 2014.

Ricardo Teixeira não confirmou, mas deu a entender que falta apenas um funcionário da CBF vistoriar Pituaçu para que seja marcado um jogo da seleção pelas Eliminatórias da Copa de 2010 para Salvador, neste ano. O governador Jaques Wagner tentava convencê-lo desde 2007, antes do fechamento da Fonte Nova. Informações de Eliano Jorge do Terra Maganize

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Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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