`Argentino´ da Toca do Leão veste a camisa 10

Cabeça em pé, paciência na armação das jogadas, frieza nas conclusões, lançamentos precisos e liderança. É unanimidade que poucos jogadores brasileiros possuem essas características. O poderoso São Paulo, atual bicampeão brasileiro, até já desistiu de procurar e abriu mão do clássico camisa 10.

O técnico do Vitória, Vágner Mancini, é adepto do futebol moderno, veloz, mas resolveu apostar em Cristian, meia que cadencia o jogo e se destaca por tomar conta do setor. “É difícil encontrar um jogador assim, um meia que saiba armar, reter a bola e ainda chegar para finalizar”, analisou o treinador.

Por esse motivo e também por ter chegado com uma boa condição física, Cristian está confirmado como titular no jogo deste domingo, contra o Atlético. Assim, vai poder apresentar à torcida o seu futebol a la Pablo Aimar. “Ele é bem parecido comigo. Gosto muito do futebol dele”, disse o meia gaúcho, que também citou o nome de Riquelme como outra inspiração portenha.

“Na Argentina, sempre surgem jogadores desse estilo, mas, no mundo, há carência na posição, até por opção dos técnicos. Lá fora, os meias jogam abertos e, no centro, ficam os jogadores de marcação”, explicou, mostrando entendimento do assunto.

O técnico Mancini concorda com a comparação. “Não tinha pensado nisso, mas é verdade. Ele lembra não só o Aimar como também o Ortega”, citou o comandante, que tem se mostrado animado com o novato.

Atualmente, Cristian se considera um jogador mais técnico, mas nem sempre foi assim. Quando garoto, seu ídolo era Juninho Paulista, com quem jogou no Palmeiras. “Eu tentava imitar o estilo dele, correria. Tem que ser assim às vezes. Depende do que a partida exige”, ponderou.

Aos 29 anos, o apoiador já atuou por Fortaleza, Palmeiras e Paraná, onde foi revelado. Mas ele acredita ter vivido a melhor fase no Verdão. “O problema é que não ganhamos título”, lamentou. Em 2008, fez uma cirurgia no joelho e não apareceu.

Mudanças – Neste quarta-feira, 14, um coletivo tático agitou o Barradão e Mancini promoveu várias mudanças em relação à equipe titular que vinha treinando nos últimos dias. A principal novidade é no ataque, onde Nadson perdeu espaço para o meia Glaucio.

“Vamos ter calma, pois é um ídolo. Nadson não tem uma sequência há tempos e é provável que demore para entrar de primeira”, explicou o treinador.

Na zaga, Thiago Gomes jogou ao lado de Anderson Martins e, na lateral-esquerda, Roque entrou no lugar de Rafael. Porém, também por motivos físicos, a posição de titular deverá ficar entre o último citado e Bosco.

A diferença na preparação dos atletas faz com que o comandante não leve em conta só a parte técnica: “A escalação nos jogos iniciais talvez não seja a que eu penso para o resto do ano”.

O treinador vetou a contratação do experiente zagueiro Gustavo, ex-São Caetano e Atlético/PR, que tinha sido aprovada pelo vice-presidente executivo Jorge Sampaio. “Prefiro zagueiros mais rápidos”, justificou.

O meia Wellington e o beque Mateus, do infantil do Vitória, foram convocados para um período de treinos na seleção sub-15. – Daniel Dórea, do A TARDE

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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