A sucessão presidencial do Bahia entra na reta final e as frentes na disputa lançam suas últimas cartadas. A passeata da mudança tomou as ruas do centro e inibiu o anúncio oficial da candidatura do deputado federal Marcelo Guimarães Filho.
A atual diretoria articula data favorável para a eleição, prevista para o período entre 1º a 15 dezembro. O Grupo Revolução Tricolor tenta convocar a assembléia geral de sócio e votar emendas ao estatuto.
Mas os candidatos que se preparem: o desafio vai muito além da simples vontade de mudar o clube. Quem assumir o Bahia para o triênio 2009/2011 carregará consigo divida declarada de R$ 47 milhões e outros R$25 milhões negociados com o governo federal, através da timemania. Terá que administrar débitos trabalhistas com passivos de R$100.00 mensais. A conta de água ( cortada) da sede de praia atingiu R$ 333.297.00 – referente a atraso no pagamento da embasa, desde de 2004.
Tem mais. O déficit mensal do clube é de R$ 300.00 mil, e este é apenas o quadro aparente. O recorde de 544 queixas no tribunal regional do trabalho casos resolvidos e pendentes desde 1986, deve ter um acréscimo a partir de hoje.
Os contratos de 16 jogadores do elenco estão oficialmente encerrados e não há dinheiro para pagar 2 meses de vencimento atrasados – muito menos férias e o 13º salário, Lista superficial de problemas à disposição do 34º presidente da história do clube, que terá 30 dias para montar o grupo para o estadual de 2009
Some-se a todos estes fatores a pressão por mudanças imediatas, em campo e fora dele. Administrar egos feridos será tão importante quanto montar um time competitivo que seja capaz de reconduzir o Bahia á elite do futebol brasileiro.
O processo sucessório promete deixar seqüelas, principalmente por conta pelo racha do grupo de situação. O desafio é proporcional à visibilidade do cargo. A marca entrou em descrédito entre investidores e patrocinadores. Sem manutenção, o patrimônio se deteriora. Os 120 metros quadrados do Fazendão abrigam 4 campos em precárias condições. Na invasão de 11 de junho. Jorge Santana, presidente da BAMOR, denunciou. “Como pode uma sala de musculação daquela? Tudo velho e enferrujado” Situação nas grave na sede de praia, onde sofre com a ação implacável do abandono e do salitre. Terreno de 29 mil metros quadrados, na Boca do Rio arrendado ao grupo que controla a casa de Show Espetáculo.
Porque tanto interesse?
Os candidatos surgem como se o cargo fosse o de uma multinacional em franca expansão, mas o mercado da bola tem sido ingrato com o Bahia nas últimas décadas. Seis temporadas sem títulos dividas, ações na justiça, pressão por mudança…… e porque tanto interesse na cadeira de presidente?
O grupo do continuísmo monta guarda ano após ano, eleição por eleições, agora acompanhado de uma resistência mais presente. Só no mês de novembro surgiram 5 postulantes ao cargo: Reub Celestino, Fernando Jorge Carneiro, Gilberto Barros, Marcelo Guimarães e Rui Cordeiro.
Os motivos? Continuidade, paixão, poder, dinheiro, visibilidade e a certeza de que clube com o potencial do Bahia poderá gerar dividendos. Quanto maior o desafio, maior é a possibilidade de cravar seu nome na história – Eduardo Rocha do Correio desde do domingo.
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