Um ano depois…

Quando ainda dava entrevistas, o presidente Petrônio Barradas não cansava de repetir que os portões do clube “estavam sempre abertos”. Na última quinta-feira, cinco torcedores do grupo Revolução Tricolor tentaram lhe encontrar, para cobrar mais uma de suas promessas, só que não lograram êxito.

No dia seguinte, cansado das negativas ao telefone, ATEC foi pessoalmente ao encontro do dirigente, cujo mandato se encerra em dezembro, e nem assim conseguiu lhe falar. O tempo passa, uniformizados invadiram o CT, vendeu-se ingressos para um jogo não programado, mais uma contratação saiu sem pisar no gramado, mas as coisas parecem não mudar no Fazendão.

A situação do atacante Charles é a exceção que confirma a regra. Sem jogar desde 6 de setembro, quando substituiu o lateral Rogério Rios na derrota para o Barueri, nem ele lembrava do aniversário do gol salvador contra o amazonense Fast (na última terça, 7/10), que manteve a equipa viva na Série C do ano passado. “Nem sabia, é verdade”, suspirou, palito entre os dentes e evidente semblante de frustração.

Foram apenas seis aparições em 30 rodadas de campeonato – metade saindo do banco. O contrato vai até 2010. “Quando o cara não é relacionado fica triste, né. Já pensei em ir embora, desistir, não sei o quê, mas é coisa do futebol também, vamos ver…”, murmurou, admitindo dois meses de salário atrasado.

Todo o material da época de herói, “novo Raudinei” e “Anjo-50”, com recortes de jornais e DVDs do lance, segue guardado em Aracaju, terra natal.

Enquanto se lamentava, a revelação da vez, Paulo Roberto, era abraçado pelo folclórico Binha de São Caetano, aos gritos a cobrar convocação para a Seleção e uma negociação, no mínimo, por “10 bilhões de dólares”.

As sondagens, segundo o próprio, vêm desde a Copa São Paulo de Juniores. “Teve um dia que seu Enaldo (Rodrigues, supervisor das divisões de base) precisou expulsar um empresário de sua sala!”, conta aos risos. Hoje, claro, elas continuam.

Partida diante do Corinthians chegando, admite que os holofotes só vão aumentar. E, contrariando a projeção dos matemáticos, garante ainda sonhar com a Série A. Com informações do A Tarde/Impresso

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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