A Petrobras, o Bahia e Clube de Regatas Itapagipe

Muito sábia a decisão da Petrobras de suspender as negociações com o Vitória. Com ações em Bolsa e milhares de acionistas no Brasil e no exterior, não ficaria nada bem para a estatal do petróleo ter a sua imagem comparada com o finado Clube de Regatas Itapagipe, durante décadas controlado (e depois arruinado) pelo ex-presidente do Bahia, Marcelo Guimarães, preso recentemente em uma operação da Polícia Federal.

Lembra do Itaparige? É aquele mesmo usado pelo Bahia como “laranja” para melar o Campeonato Baiano de 99.

Ficou claro que a estatal, administrada pelo competente economista baiano José Sérgio Gabrielli, queria patrocinar o Vitória e, de quebra, tentar resolver a triste situação do tricolor, impondo regras e condições inaceitáveis. Aliás, com o fim das negociações, ficou ainda mais claro que a Petrobras queria, primeiro, resolver o problema do Bahia, oferendo uma espécie de “cala boca” ao rival.

Mas foi bom para o Vitória também. Evitou-se assim que o rubro-negro vendesse sua honra, dignidade e orgulho por míseros R$ 4,6 milhões. Recursos que a Petrobras, para o bem do país, deveria direcionar para a exploração das gigantescas reservas do pré-sal.

Já o tricolor terá mesmo que aguardar a reforma de Pituaçu. E deve colocar a mão para o céu e agradecer muito – mais muito mesmo – a generosidade do governo baiano que abriu os cofres públicos, atropelou licitações e investiu uma grana danada num setor nada essencial.

Fala-se em quase R$ 30 milhões. Ou seja, perto deste montante o dinheiro da rica Petrobras é um nada.

Tem gente no Estado que achava melhor aplicar essa dinheirama toda em hospitais, creches, novas escolas, postos de saúde, no apoio ao esporte amador, viaturas e armas para a polícia.

Prioridades que, certamente, mudariam para melhor a vida de milhares de baianos, mas isto é outra história…

Ainda sobre a Petrobras e o Bahia

Engraçadíssima e cômica a entrevista histérica que o presidente do Bahia, Petrônio Barradas, deu a uma emissora de rádio na quarta-feira. Incentivado por um repórter, o desastrado Barradas disse que iria desencadear uma campanha para que a torcida tricolor boicotasse a Petrobras, uma das maiores empresas do mundo.

O boicote seria, segundo Barradas, para que os torcedores do clube deixassem de abastecer nos postos da Petrobras.

Mesmo que 100% dos tricolores tivessem carro (alguns falam que o indicador correto é de apenas 2%), não teria o menor reflexo para os cofres da estatal.

Além disso, será que Barradas tem esta força mesmo para mobilizar o torcedor do Bahia, que tanto o combate? Enfim, coisa de dirigente amador mesmo.
Jornal da Mídia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário