Meia Elias, o eterno candidato a ídolo

Contra o Gama, hoje, meia que tem cem jogos desde o rebaixamento de 2003, ganha outra chance de conquistar a galera

A artilharia do Bahia no Campeonato Baiano e na Série B são credenciais que deveriam impor respeito a qualquer jogador, mas para o meia Elias, esperança de gols do Bahia no jogo de hoje às 20h30, contra o Gama, é mais complicado. Onze gols no estadual, seis no Brasileiro, nada disso adianta. A estrada até alcançar a condição de ídolo da torcida não tem fim. Há sempre um pé no freio.

A imagem de jogador sonolento e que não põe a perna em dividida está em constante conflito com os números do goleador na temporada, camisa 10 do time, cobrador de faltas, pênaltis e escanteios. Elias nunca foi festejado pelo torcedor tricolor, que, ao contrário da maioria dos fanáticos por futebol, valoriza mais os jogadores de marcação do grupo atual, como Fausto e Rogério.

Profissional do Bahia desde 2003, ano de rebaixamento à Série B, o meia de 25 anos acredita que a desconfiança sobre o seu futebol se deve aos constantes tropeços do clube. “Eu tô aqui há muito tempo, embora nem jogasse freqüentemente naquela época. Em 2003, só fiz cinco partidas e, em 2005, só joguei uma e o time ainda ganhou por 3×0 (contra o Santo André)”, defende-se, antes de apresentar outro motivo.

Na opinião dele, um jogador contratado é mais “respeitado” que um formado nas divisões de base. Mas o meia já se acostumou com a resistência e, às vezes, até se diverte com ela. “Eu treino muito aquele chute de curva aqui (no Fazendão), mas é complicado. Quando sai o gol (contra o Corinthians), o pessoal diz que foi sorte”, exemplifica em meio a risos. E quando o chute vai para fora, o cobrador normalmente é acusado de egoísmo por não ter cruzado a bola na área. O chute de Elias gerou também o rebote para o gol de Paulo Roberto na vitória por 2×1 contra o CRB, sábado passado.

Filho de pai católico, Elias ganhou nome de profeta bíblico, mas não arrisca palpite no jogo contra o time candango, em Feira de Santana. Calejado, sabe que uma derrota do grupo ofusca as boas exibições individuais, como aconteceu no 3×1 para o Marília, terça-feira, em que ele fez o gol tricolor e se igualou a Galvão na artilharia do time na Série B. Jogava bem e, ainda assim, foi substituído.Com informações de Herbem Gramacho do Correio da Bahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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