A soberba contagia

O maior equívoco do Fluminense foi não ter respeitado a LDU. Ao fim da partida, quando questionados, os jogadores não sabiam responder onde erraram e se havia lição a ser tirada. Realmente ontem o time fez um bom jogo, é natural que houvesse falhas defensivas, afinal a equipe carioca precisava se expor, mas o fato é que o resultado mínimo foi alcançado, o que já era grande coisa, diante de um adversário de qualidade (os tricolores duvidavam disso).

Recordo-me de uma entrevista dada pelo Washington em que o atacante dizia que quem saísse vencedor da disputa ente Boca e Fluminense seria o virtual campeão. O Renato espalhou para todos que algumas coincidências, repetições de fatos ocorridos no passado com o Grêmio, indicavam que o título ficaria com os cariocas, e nós sabemos que o jogo é resolvido dentro de campo, o jogo é jogado, só termina quando o juiz apita, só peru morre de véspera, ou seja, a sabedoria popular havia deixado várias frases a serem seguidas, mas, pelo visto, não aprenderam a lição. O Gaúcho sempre foi falastrão, mas agora é o comandante, e como tal, deve servir de exemplo, por isso não acredito no seu futuro como grande treinador, não vejo nele equilíbrio suficiente para transmitir ao grupo a tranqüilidade necessária em jogos decisivos. Ele, que disse que estava a poucos passos do paraíso, hoje estaria no inferno da segunda divisão. Não creio nessa possibilidade, mas também acho que reverter essa situação e levar o Fluminense à próxima Libertadores será uma tarefa muito mais complicada do que a que o arrogante treinador imagina.

Ainda sobre a soberba: quando o Fluminense enfrentou São Paulo e Boca, todos foram comedidos nas declarações. Por que o excesso de otimismo contra a LDU? Talvez porque o futebol equatoriano não tenha a mesma tradição que a nossa e a do futebol argentino. Acredito que o otimismo foi conseqüência do preconceito, que nada mais é do que ignorância, falta de conhecimento. O Tiago Neves, contagiado pelo espírito do seu treinador, mesmo tomando de 4, teve a ousadia de dizer que havia feito o gol do título ( o segundo do Flu). Pois bem, aqui ele fez mais três e nem assim foi campeão, o gol do título saiu nos pênaltis. Um torcedor revanchista diria que ele acabou perdendo o gol do título. Será que ele daria a mesma declaração se tivesse levado de 4 do Boca? O Carlinhos Bala fez escola!

Otimismo é muito bom, mas não precisa ser exteriorizado da forma que foi; me pareceu “oba oba”. O Fluminense foi ao Equador para comemorar a entrega das faixas e levou 45 minutos para entender que ainda não tinha esse direito, agora recebeu as de vice; o seu técnico, que poderia se sentir honrado pela bela campanha, terá que colocar o rabo entre as pernas, por ter falado demais.Fábio Luis

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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