Abandonada, terceira divisão dá a largada neste domingo

A CBF tirou o time de campo, e a Série C do Campeonato Brasileiro, que começa neste domingo com 31 partidas, será um desafio econômico nunca visto antes no seu atual formato.

Hoje eles penam na mais modesta divisão do Campeonato Brasileiro. Mas muitos dos clubes que estão na Série C já tiveram dias de glória.

O Guarani, que joga a Terceirona pela segunda vez seguida, já foi até campeão da 1ª divisão, em 1978.

Ao contrário do que fazia até o ano passado, quando bancava passagens e estadia de 31 participantes (um clube de cada unidade da federação e mais os quatro rebaixados da Série B), a CBF agora não vai investir um centavo na competição, que a partir do próximo ano, com a criação da Série D, terá apenas 20 clubes inscritos.

Sem o dinheiro da confederação, Rondônia não teve nenhum clube interessado em disputar a terceira divisão, que assim deixa de ser uma competição com clubes de todos os estados brasileiros.

Quem não desistiu, especialmente na região Norte, terá que arcar sozinho com gastos em uma competição que não tem dinheiro de televisão ou de grandes e médios anunciantes.

A maioria dos clubes nortistas terá obrigatoriamente que fazer deslocamentos aéreos para jogar, fazendo com que o custo de cada viagem supere os R$ 20 mil, o que é muito dinheiro para uma competição em que a renda média por jogo no ano passado na primeira fase ficou em cerca de R$ 10 mil.

E o campeonato novamente será longo. Para atingir o título, a maioria esmagadora dos clubes terá que fazer 32 partidas.

Essa fórmula inchada, com uma fase final que tem oito clubes jogando em turno e returno, foi criada para evitar que grandes que já jogaram a terceira divisão, como o Bahia, fossem eliminados em mata-matas, como acontecia antes.

Mesmo quem jogar como mandante vai ter dificuldades para honrar as despesas de arbitragem e exame antidoping (quando este houver).

Mais uma vez a CBF não vai ajudar os clubes nesses gastos, que geralmente custam cerca de R$ 7.000. No ano passado, 36 clubes não conseguiram atingir esse valor em suas arrecadações médias.

No seu histórico recente, a Série C teve histórias dramáticas de clubes que não recebiam a ajuda da CBF. A Tuna Luso, do Pará, por exemplo, chegou a fazer viagens de mais de dois dias de ônibus para jogar.

A edição que começa neste domingo será a mais importante do torneio até hoje. Isso porque, além das quatro vagas que o torneio oferece para a segunda divisão em 2009, serão definidos 16 participantes para a própria Série C do próximo ano, já que os critérios de classificação por estado não vão existir mais.

Paulo Cobos

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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