Na série B time com poucas vitórias não sobe

O Bahia continua invicto sob o comando de Arturzinho, mas o dado mascara a seqüência sem vitórias contra Paraná e Ceará. A tendência a receber melhor empates do que derrotas é perigosa. A conta é simples: no Brasileirão, vencer uma partida e perder outras duas vale mais do que se igualar a três adversários – levando-se em consideração o quesito número de vitórias como primeiro critério de desempate.

A disputa por pontos corridos demonstra no transcorrer dos dois primeiros anos que time de poucas vitórias não sobe. A análise das temporadas 2006 e 2007 aponta para 17 como mínimo de triunfos exigidos no retorno à elite do futebol nacional. A previsão é bastante otimista. Para se juntar a Coritiba, Ipatinga e Vitória, a Portuguesa compensou o número ao ostentar o título de equipe que menos perdeu na Série B.

Garantia bem próxima da certeza, só com 19,50% de vitórias nas 38 rodadas. Caso do América-RN, que em 2006 marcou os mesmos 61 pontos do Paulista, mas se garantiu. Para isso, empatou apenas quatro vezes, marca bem próxima da conquistada pelo Bahia em apenas sete partidas este ano. O clube apresenta dois problemas altamente condenáveis: vence pouco (apenas duas) e empata muito (três).

O aproveitamento é de apenas 42%, bem inferior aos 51,75% do Vitória ano passado, time que subiu com menos pontos ganhos desde 2006. Só 59 dos 114 possíveis. A estatística não assusta Arturzinho. “Minha preocupação é com o empate dentro de casa. Empate fora eu considero ponto ganho”, analisa. Na sua filosofia, o 0x0 com o Paraná no Jóia da Princesa é suprido pela vitória sobre o Criciúma no Heriberto Hulse.

O 2×2 com o Ceará serve como bonificação nas pretensões tricolores, mas deixou a desejar pelas circunstâncias. O Bahia abriu dois gols de vantagem no primeiro tempo e permitiu a reação cearense. O treinador diz que a estratégia do contra-ataque não funcionou na concretização. “O time apresentou dificuldade de manter-se com a bola no campo adversário, apesar de bem posicionado”.

A entrada de Gilberto não surtiu efeito e a defesa falhou na bola aérea. “Naquele momento, a jogada pelo alto deveria ser nosso ponto forte. Tínhamos defensores altos. Treinamos isso durante a semana e sofremos dois gols nesse tipo de jogada”, argumentou. Padovani, 1,94m, só observou o atacante Vavá escorar de cabeça para marcar o segundo. Correio da Bahia

Elias, a substituição e os cartões

Ele é um cara pacato como o estereótipo do povo mineiro já permite imaginar. Mas basta os juízes trilarem o apito para dar início às partidas, que o camisa 10 tricolor Elias sofre uma metamorfose e reclama como poucos, além de fazer faltas mais duras que o comum para um meia armador.

Mas a cabeça quente de Elias acaba elevando a temperatura craniana dos torcedores e dos treinadores do Bahia. Na partida de terça-feira, contra o Ceará, o meia recebeu o terceiro cartão amarelo na Série B e desfalca a equipe contra o Juventude, na terça-feira, em Caxias do Sul.

Ele explica porque esse aumento do número de cartões no ano. “Eu aumentei um pouco mais a minha pegada. Os treinadores até pedem isso e eu procurei me empenhar mais. É isso, às vezes a gente quer ajudar e atrapalha”, diz Elias.

Substituição – O pior é que a sua saída de campo, no intervalo do último jogo, com o placar favorável de 2 a 0, para a entrada do volante Rivaldo, foi considerada por muitos como a chave que abriu as portas para a reação cearense no empate de 2 a 2.

E a justificativa do treinador Arturzinho foi, justamente, o medo de ficar com um jogador a menos depois que o meia recebeu o cartão ainda no meio do primeiro tempo por retardar uma cobrança de escanteio.

Elias entendeu a atitude do comandante. “Na hora, eu pensei mais no grupo. A gente tava ganhando de 2 a 0 e o juiz parecia querer dar cartão para o nosso time. Eu entendi. Não tem como não confiar nele. Ele tem toda confiança nossa”, elogia.

Só em 2008, o meio-campista canhoto já recebeu 13 cartões, sendo um vermelho. Isso faz com que ele acabe deixando os companheiros na mão em momentos importantes, como nos confrontos contra o Icasa pela Copa do Brasil, em que ele estava suspenso, e no Ba-Vi decisivo de Feira de Santana, quando estava suspenso pelo terceiro cartão amarelo adquirido no primeiro minuto do Ba-Vi anterior, em que ele foi substituído e reclamou bastante.

“Naquele jogo, a gente tava dando 4 a 1 com chance de dar 6 ou 7. Sabia que aquilo não era comum e acabei chateado porque eu senti que dava pra fazer bem mais. E no intervalo, eu falei pro Comelli que ele podia ficar tranqüilo que eu não iria tomar o segundo cartão e ele acabou se apressando e me tirando”, explica as reações diferentes às substituições nesses dois jogos. Com informações do A Tarde

Bahia pode cair mais quatro posiçõesA sétima rodada do Campeonato Brasileiro da Série B termina neste sábado. Até o momento, o Bahia se encontra na 11º colocação, com 9 pontos. Mas a depender dos resultados das próximas partidas, o time tricolor pode perder quatro posições e cair para a 15º colocação, apenas duas acima da zona de rebaixamento. Brasiliense, com oito pontos, Marília, Bragantino e Criciúma, com sete e Ponte Preta e Gama, com seis, podem ultrapassar o Bahia, mas nem todos conseguirão por causa dos confrontos diretos. O time tricolor precisa torcer por um empate entre Marília e Bragantino, já que perderá uma posição caso o confronto tenha um vencedor. A mesma situação se aplica ao duelo entre Gama e Brasiliense.

Quem também pode ultrapassar o Bahia é o Criciúma caso empate ou vença o Fortaleza. Na partida entre Ponte Preta e Corinthians, o Bahia deve torcer por um empate ou vitória do líder da competição.

Se tivesse conseguido segurar a vantagem de 2 a 0 aberta no primeiro tempo da partida com o Ceará, nesta terça, o Bahia estaria ocupando, pelo menos até a realização dos jogos programados para a sexta-feira, o quarto lugar da competição, com 11 pontos.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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