Globo leva Brasileiro sem “grandes”

A Rede Globo e o Clube dos 13 fecharam nesta quinta-feira a renovação do contrato de TV aberta do Campeonato Brasileiro para o triênio 2009-2011. Apesar de a emissora pagar um total de R$ 660 milhões (R$ 220 milhões por temporada), o canal ficou sem a “cereja do bolo”, ou seja, Flamengo, Corinthians e São Paulo, clubes com as três maiores torcidas do país.
O trio se mostrou descontente com a forma como o processo de renovação foi feito e decidiu não comparecer à reunião, realizada na sede do Clube dos 13.
“Se alguém [Globo] tem interesse em pagar com esses três clubes fora, pode pagar. Quero ver se as empresas que patrocinam as transmissões, que são os que sustentam esse contrato, vão pagar a mesma coisa ao canal”, dispara Marcelo Portugal Gouvêa, diretor de planejamento do São Paulo.
O dirigente ainda vai além. Segundo ele, o principal culpado nessa situação foi o Clube dos 13, entidade que falhou ao representar o trio, na visão de Gouvêa.
“Não queremos brigar por brigar. Sempre quisemos sentar e fazer as nossas colocações, e não tivemos oportunidade, pois fomos atropelados pelo Clube dos 13. Nesse caso, a menor culpa é da Globo e a maior é do Clube dos 13. Como representante nosso, tinha que ter dado atenção para todos os clubes, mas principalmente para nós, pois somos o carro-chefe”, completa o dirigente do São Paulo.
Procurado pela reportagem, o Clube dos 13, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não iria se manifestar sobre as declarações de Marcelo Portugal Gouvêa.
A Máquina do Esporte, no entanto, apurou que o silêncio do Clube dos 13 se deve ao fato de que a alta cúpula da entidade prefere manter essa discussão longe da imprensa e levá-la para reuniões da entidade, encontros esses que o trio dissidente não tem comparecido.
Porém, sem Flamengo, Corinthians e São Paulo, uma das novidades do contrato firmado com a Globo pode não surtir efeito. Tomando como base a audiência média de 21 pontos, a emissora se propôs a pagar R$ 1 milhão a mais para cada ponto em uma determinada faixa. Esse valor aumentará caso os índices cheguem a um segundo patamar e terá um novo acréscimo caso atinja um terceiro piso.
Os três clubes dissidentes têm diversas reivindicações contra o processo de comercialização. Uma delas é a inclusão da internet no pacote da TV aberta, fato confirmado pela assessoria do C13.
Outro ponto é a forma como a receita “excedente”, no caso de revenda dos direitos, é repartida. Pelo contrato firmado nesta quinta-feira com a Globo, a emissora deve pagar aos clubes apenas quando o valor superar 40% do que ela, Globo, pagou. Os dissidentes querem essa receita integral para os membros do Clube dos 13. THALES CALIPO/ Máquina do Esporte

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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