Greve volta atrasar obras do Estádio de Pituaçu

Um protesto realizado ontem, em frente do Estádio de Pituaçu, marcou mais uma greve dos 450 funcionários da construção civil, que trabalham nas obras da praça esportiva. É a terceira paralisação em pouco mais de três meses, resultando no atraso dos trabalhos. A reforma, que deveria ficar pronta em meados do próximo mês, só será finalizada em, no mínimo, 120 dias. Sem previsão de retorno das atividades, representantes do Sindicato da Construção Pesada (Sintepav) exigem o cumprimento do acordo coletivo, assinado no início deste mês, quando ocorreu a última greve que durou 12 dias, envolvendo os cinco mil funcionários do setor em Salvador.

Além do aumento de 9% para os operários qualificados (operadores de máquinas) e 10% para os demais (carpinteiros, pedreiros, eletricistas e armadores), ficou acordado o fim da tabela para funcionários do interior, cesta básica de R$50 e horas extras equivalentes a 70%.

Conforme o sindicato, todas as garantias deveriam ser retroativas ao mês de março, mas até agora as empresas terceirizadas responsáveis pela obra não teriam sinalizado o pagamento. De acordo com o diretor secretário do Sintepav, Paulo Roberto Silva, as empresas não reconhecem o acordo como legítimo, por isso se recusam a pagar os benefícios.

“Isso é um absurdo!”, diz, argumentando que o Sindicato Patronal (Sinicon) e o Sintepav assinaram o documento elaborado em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), mediador das negociações relacionadas à última paralisação. “Não é possível que não queiram honrar com o acordo”, lamentou Silva.

Já a diretoria da empresa NM, uma das empresas terceirizadas responsáveis pela obra, argumenta que o acordo firmado não foi com o Sintepav – e sim com Sindicato da Construção Civil (Sinicon), e por isso não teria qualquer compromisso com funcionários ligados ao Sintepav.

Histórico – Quando ocorreu a primeira greve, em fevereiro, a categoria reivindicava reajuste de 13% no salário, tabela salarial única para todo estado (quem trabalha na capital ganha mais do que no interior), piso salarial por função, cesta básica de R$70, horas extras a 80% de segunda a sexta e a 100% aos sábados, assistência médica, contrato de experiência de 30 dias e participação nos lucros e resultados das empresas. A pauta foi entregue ao sindicato patronal no dia 2 de janeiro.

PARALISAÇÕES

De 25 de fevereiro a 11 de março (15 dias).
De 2 a 14 de abril (12 dias).
Teve início ontem sem previsão de retorno às atividades.

Camila Vieira/Correio da Bahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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