Bahia castigado por falta de Estádio

Vamos deixar a bola no segundo plano e colocar a calculadora para funcionar, para ver se realmente a choradeira da direção tricolor, sobre a atual situação financeira, é justa. Pelo menos para o ex-presidente do Bahia, Paulo Maracajá, é. “É a primeira vez na história do Bahia que passamos por uma situação tão preocupante financeiramente. Nossa maior renda morreu, que era a Fonte Nova. Com a presença da torcida na capital, contornávamos os problemas. Estamos pagando pra jogar”, disse.

Os números realmente são preocupantes. Para se ter uma idéia, a renda no Estadual foi a pior nos últimos cinco anos. O total da arrecadação não passou de R$ 614.498,00. O número diminui, se contar impostos, pagamentos de árbitros e quadro móvel. Para se ter idéia do prejuízo, o número total arrecadado pelo Esquadrão no Baianão 2008 foi um pouco maior que a última e derradeira partida da equipe na Fonte Nove, que viu 60 mil torcedores colocarem R$ 568.445,00 nos cofres tricolores.

Mesmo na Série C de 2007, o time baiano conseguiu importantes rendas, que somaram R$ 5.017.265,00. Este ano, já na divisão superior à Terceirona, só conta maluca e suposições para o Bahia conseguir ultrapassar este número. A primeira é confiar que Pituaçu fique pronto em setembro. “Sei que o governo está fazendo um belo trabalho e tenho certeza que eles vão conseguir reformar no melhor tempo possível”, disse Maracajá.

Caso realmente o estádio na capital fique pronto no prazo, o Bahia terá ainda 10 jogos para fazer em Feira de Santana. Levando em consideração que o preço da entrada custa R$ 20 e que a torcida preenchesse todos os 16.250 lugares nas 10 partidas – o que seria um milagre pela distância –, o Bahia colocaria R$ 3.250.000,00, um valor pouco maior do arrecadado nas mesmas rodadas, na real e extinta Fonte Nova.

E como o Bahia vive? ”Hoje estamos vivendo de empréstimos, patrocínio e o dinheiro da Série B”, confirmou Paulo Maracajá. Pela FBA, entidade que organiza a Segundona, o tricolor arrecada cerca de R$ 210 mil mensais. Porém R$ 100 mil vão direto para os processos trabalhistas e o restante para diminuir os R$ 400 mil de despesas mensais.

A divisão de base também não está ajudando. Nos últimos anos, apenas três jogadores foram vendidos por uma grana significativa para a situação atual do Bahia. Juntos, Rafael Bastos, Danilo Rios e Eduardo deram cerca de R$ 3,5 milhões para o Fazendão. Informações do Moysés Suzart, do A TARDE▼Thiago Maciel, lateral-direito, já está em Salvador e será apresentado nesta tarde.O novo contratado do Bahia é gaúcho, natural de Santana do Livramento e começou sua carreira nas categorias de base do Vasco da Gama, onde permaneceu por nove anos. Transferiu-se em 2005 para o Alania da Rússia. Voltou para o Brasil, onde jogou pelo Olaria-RJ, Bragantino-SP e Ipatinga-MG.

No início desse ano disputou o Campeonato Carioca pelo Macaé. Thiago tem 25 anos e foi uma indicação do treinador Paulo Comelli. O lateral vai disputar posição no time titular com Luciano Baiano e Fábio, ambos não vem agradando aos torcedores e parte da comissão técnica.▼Refletores da Fonte serão utilizados em Pituaçu
Apesar do atraso nas obras de recuperação e ampliação do Estádio Roberto Santos, o Metropolitano de Pituaçu, a iluminação da nova praça esportiva está praticamente pronta. Isso porque serão aproveitados os projetores utilizados na Fonte Nova, interditada desde a tragédia de 25 de novembro do ano passado, quando houve sete mortes, e sem um futuro definido pelo governo do Estado.
Os projetos estão em um galpão da empresa Ghia Engenharia, responsável pela iluminação de Pituaçu. De acordo com Eduardo Bastos, um dos donos da empresa, foram retirados 160 projetores da Fonte Nova. “Eles estão com 14 anos de uso, mas em perfeito estado. Ainda não testamos, mas talvez só precise trocar mesmo as lâmpadas e os reatores”, afirmou Bastos.
A presidente da Companhia de Desenvolvimento do Estado da Bahia (Conder), Maria del Carmen, já havia dito que a iluminação de Pituaçu seria melhor que a da Fonte Nova. E isso realmente acontecerá, mesmo que os projetores utilizados sejam os mesmos.
Bastos explicou que em termos de índice iluminotécnico a capacidade será equivalente, cerca de mil lux. No entanto, haverá uma melhor distribuição dos projetores. “Eles serão melhores distribuídos. A Fifa não aceita mais torres em estádios utilizados para jogos internacionais. Por isso, vamos colocá-los sobre toda a estrutura do estádio”, explicou citando o exemplo do Maracanã e do Engenhão.
Para não ofuscar os jogadores, os projetores serão colocados a uma certa altura da estrutura metálica. Por isso eles não foram instalados ainda. “Não posso estabelecer prazos porque ainda dependemos dessa outra empresa”, justificou Bastos.Esse será o quarto estádio em que o empresário irá trabalhar. Além de Pituaçu, a Ghia Engenharia também estádio reformando o Antônio Carneiro, em Alagoinha

▼ Comelli: ‘Jamais viajaria para não voltar’

O burburinho deu conta de transferências para Náutico, Marília e Santos em três dias. Ao menos no estado, Comelli é o treinador mais cotado do futebol brasileiro. Basta acionar a ciranda comum em tempos de séries A e B e aparece com um pé fora. De volta do Paraná, rechaçou qualquer especulação.

“Jamais viajaria para não voltar. Tenho 17 anos como técnico e nunca assumi essa postura”. Seria medo de perdê-lo? “Ou o pessoal querendo me ver pelas costas”, divertiu-se. Atribuiu à passagem pela região Sul exclusivamente para resolver pendências particulares acumuladas desde o Natal, quando desembarcou em Salvador.

Comelli admitiu contato de uma pessoa ligada ao Náutico, mas lembrou que a sondagem não foi a primeira na temporada. “Tive vários convites no início do ano e preferi apostar num trabalho. Queremos montar uma equipe forte”, assegurou. Informações do Correio da Bahia▼ Estréias confirmadas, mas Fausto é dúvida
Após o treinamento realizado na tarde de quarta-feira (28), o treinador do Bahia, Paulo Comelli, confirmou as estréias do volante Luciano Ferreira, e do atacante Galvão, na partida de sábado (31) contra o Barueri. Mas, em compensação, terá um problema de última hora para o jogo: o volante Fausto reclamou de fortes dores no tendão de Aquiles, e virou dúvida.

Antes do inicio do treinamento tático, Comelli realização uma reunião no centro do campo principal do Fazendão. Em pauta os erros cometidos contra o Santo André, os pontos perdidos, a displicência em algumas jogadas, além de tentar mostrar aos jogadores, que todos os jogos são importantes e o time precisa vibrar. Comelli depende apenas de Fausto para definir a equipe, que deverá iniciar com: Darci; Cléber Carioca, Padovani e Marcone; Luciano Baiano, Fausto (Ananias), Luciano Ferreira e Elias; Galvão e Bruno Meneghel.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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