A torcida já conhece as desculpas: “falta de dinheiro, alguns erros que não voltarão e se repetir e nós vamos conseguir superar e fazer uma boa campanha na Série A”. Mas promessas e balelas não vencem jogos contra times que estabeleceram metas que estão sendo alcançadas.
O Vitória, após retornar à Série A, não tem demonstrado poder administrativo, pelo menos no aspecto do time profissional, para conseguir montar um time competitivo para a elite – ou pedreira – do futebol brasileiro. Um dos fatores, e a pior deles, é a falta de acertos nas contratações para temporada. Ao todo, foram 24 novatos. Destes, 12 foram dispensados, totalizando 50% de frustração.
E de quem é a culpa de tanta mira errada na busca de atletas? Vadão, Alexi Portela, Jorge Sampaio e Renato Braz preferem distribuir a responsabilidade entre eles. Entretanto, não duvidando do profissionalismo dele, Renato Braz, diretor de futebol, pode ter uma parcela maior deste bolo. Não só pelos erros atuais, mas como os antigos também.
Quando estava no mesmo cargo, mas do Bahia, o ex-dirigente do Ipitanga também não teve um histórico bom. Em 2007, Renato trouxe para o tricolor outra carreta desgovernada de jogadores. No primeiro semestre, Braz levou ao Fazendão 24 jogadores. Destes, 14 foram embora antes mesmo do início da Série C daquele ano. A margem de erro chegou aos 58%.
INVERSO – Enquanto o Leão procura uma explicação e fórmulas para consertar o erro, outro felino, mas de Pernambuco, está algumas milhas na frente do Vitória. O Sport é um bom exemplo de nordestino que não quer ser coadjuvante no Brasileirão. Para o rubro-negro pernambucano, manter a base em 2007 é providencial para fazer uma boa campanha na temporada.
Para se ter uma idéia, dos jogadores do ano passado, o Leão de lá dispensou apenas 9, mantendo os demais. Em solo baiano, o Vitória não quis os serviços de 15 dos heróis da Série B. Sem contar Joãozinho, Índio e Elcimar, que saíram este ano.
Campeão com duas rodadas de antecedência do Estadual, o Sport, segundo sua assessoria, não esperou o pernambucano acabar para pensar na Primeira Divisão. Admitindo também a dificuldade de competir com o mercado paulista, o representante pernambucano conseguiu mexer seus pauzinhos para montar um elenco competitivo.
Desde dezembro do ano passado, o Sport contratou 16 atletas. Até ontem, nenhum foi dispensado. “Todos os torcedores estão satisfeitos com os novos reforços. Apenas três atletas não renderam o esperado”, disse Tarcísio, setorista do clube no Diário de Pernambuco. Destes três jogadores, Leandro Machado só não está agradando devido aos problemas de contusão.
Com o fim do estadual, o segundo adversário do Vitória na Série A pretende não aproveitar apenas dois atletas: o meia Alan, do Vasco, além do atacante Advaldo, do Flamengo. Para o Brasileirão, apenas dois laterais e um meia serão trazidos, mantendo o plantel na faixa dos R$ 600 mil.
Duas mudanças confirmadas para o Ba-Vi
“Eu já tenho o time na cabeça, mas ainda não revelo”. Essa foi a resposta à primeira pergunta feita ao técnico Vágner Mancini, na entrevista coletiva que ele concedeu após o trabalho técnico realizado na tarde de ontem, no CT do Barradão. Todavia, o treinador fez algumas antecipações: Renan será o substituto do suspenso Vanderson no meio-de-campo, Marco Aurélio volta à lateral-direita e Fernando será mantido na esquerda. Na defesa, bastante contestada pela quantidade excessiva de gols tomados, apenas Leonardo Silva está garantido. Mancini confirmou que vai escalar dois zagueiros e Marcelo Batatais e Anderson Martins vão brigar para ver quem será o seu companheiro. Batatais, no entanto, tem mais chances. O outro zagueiro, Rafael Santos, está descartado, porque não joga há quase dois
O treinador salientou durante a coletiva: “O que aconteceu no domingo aqui, no Barradão, não vai se repetir em Feira. Quando duas peças não rendem, destoa tudo. O Bahia teve sorte aliada à competência. Se o time jogar como domingo passado, vou para a arquibancada e junto com os torcedores vaiar todo o time, já que não poderei trocar os 11 jogadores”, brincou o treinador, bastante rouco.
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