Todo dia era dia de Índio nos Ba-Vi’s de 2007

No especial Ba-Vi desta quinta-feira do Futebol Interior falaremos sobre um dos grandes pesadelos do Bahia e que fez a torcida do Vitória explodir de emoção. A figura marcantes dos Ba-Vi’s é o atacante Índio, o cacique Rubro-negro.

Índio foi o maior goleador do Vitória em um único jogo do Ba-Vi. O atacante atormentou a zaga Tricolor no ano de 2007, no Campeonato Baiano, até o jogo crucial, que o Vitória venceu por 6×5, com quatro gols do atacante. Portanto, hoje é dia de Índio, no especial Ba-Vi.

Antônio Rogério Silva Oliveira, 26 anos, natural de Itatira-CE, 1,77 de altura e 70 quilos. Essa é a ficha do jogador que já passou por alguns times do Ceará e recentemente foi negociado com o Gyeongnam FC, clube coreano.

Índio ficou no Vitória de 2005 até 2008, mas fez seus feitos no Campeonato Baiano de 2007, onde foi campeão pelo Rubro-negro e se sagrou o artilheiro do Campeonato Baiano pelo Vitória, com 26 gols. O atacante teve a maior marca do Rubro-negro em Baianos, superando o recorde de Ramon Menezes, com 23 gols. Naquele semestre o atacante ainda foi o maior goleador do Brasil, como comprovou a edição da revista Placar na época.

Mas foi no dia 22 de abril, de 2007, que o atacante fez brilhar a estrela de goleador. Naquele dia iria acontecer o primeiro Ba-Vi do quadrangular final do Baiano, na fase classificatória o Vitória já tinha vencido o Bahia pro 4×2 na Fonte Nova, com dois gols de Índio.

Em mais um Ba-Vi de casa cheia, os Tricolores foram à Fonte Nova com o espírito de vingança para devolver os quatro gols tomados em um só jogo, mais de 60 mil pessoas estavam presentes no estádio. O Bahia na época estava indo bem na Copa do Brasil, ia jogar contra o Fluminense pelas oitavas de final, no Maracanã, precisando de um empate. O Vitória dominou a primeira fase do Baiano e era o favorito para o clássico.

A bola rola na Fonte e as emoções começam. Em apenas quatro minutos de jogo o Bahia abre o placar, para o delírio da torcida, gol de Danilo Rios – hoje vestindo a camisa do Vitória – de falta. O gol só fez aumentar a pressão Tricolor, que dominou todo o primeiro tempo, enquanto a torcida do Vitória estava calada.

Mas aos 31 minutos foi a vez da galera vermelha e preta comemorar. Jackson recebeu o cruzamento do lateral-esquerdo, Alisson, e só deu um toque para o fundo das redes, deslocando o goleiro Paulo Musse.

E não parou por aí, aos 35 o lateral-direito, Apodi, acionou ele, que seria o nome do jogo, Índio, cabeceou a bola para dentro e determinou a virada Rubro-negra, depois do gol o atacante provocou a torcida do Bahia e recebeu cartão amarelo.

Para quem achou que o primeiro tempo estava acabado, se enganou. Aos 38 minutos de jogo, o Bahia voltou a prevalecer e o volante Fausto ajeitou a bola na entrada da área e mandou para o fundo das redes, do goleiro Emerson, era ao empate do Bahia.

O clássico se mostrou atípico quando o Bahia fez a segunda virada do jogo, ainda no primeiro tempo. Danilo Rios, aos 45, de novo de falta, fez 3×2 para o Tricolor, que foi para o vestiário confiante da vitória.

Pela forma que o jogo se configurou durante todo o primeiro tempo, nada estava definido, mesmo com a vitória parcial do Bahia. Os dois times voltam a campo e Índio apesar de ser o artilheiro do campeonato, não prometeu gol para a segunda etapa.

A bola rola e como no primeiro tempo, o jogo já começa com gol, aos cinco minutos Jackson é derrubado na área, pênalti, Índio cobra e empata, fazendo seu segundo gol na partida.

Aos 21 minutos, mais uma virada acontecia na Fonte do futebol, Apodi em descida frenética pela direita, chega perto da área e manda um torpedo indefensável, era estabelecido 4×3 no placar.

O Vitória, diferente do primeiro tempo dominava a partida completamente e cinco minutos depois da virada do Leão, Índio mais uma vez marcou. Driblou o goleiro Paulo Musse e botou no fundo das redes, já saindo para comemorar do seu jeito original, se agachando e simulando uma flechada para a torcida.

Tudo parecia ter terminado e a torcida do Bahia já saía de do estádio cabisbaixa de baixo de gritos e provocações dos Rubro-negros, que faziam a festa na Fonte Nova, cantando a plenos pulmões o grito de guerra: “Ah a, uh u, a Fonte Nova é nossa!”.

Mas aos 42 minutos a emoção ia rolar solta. Fabio Saci, atacante do Bahia e que tinha uma rivalidade com Índio, diminuiu o placar, depois do rebote na área o atacante botou para dentro e saiu na sua comemoração característica, imitando um saci com uma toca vermelha na cabeça.

No jogo em que o Vitória tinha vencido o Bahia na fase classificatória, por 4×2, os jogadores do Vitória fizeram uma piada após um dos gols de Índio. O goleiro reserva Rubro-negro, Rafael Córdoba, imitou um saci pulando e Índio deu uma rasteira no goleiro. A piada gerou briga na partida.

Aos 45 minutos a torcida do Bahia ressuscita, após gol de Rafael Bastos de cabeça, fazendo o empate no jogo, que nessas alturas já estava de bom tamanho para as duas equipes. O juiz deu 4 minutos de acréscimo e a consagração de Índio só veio aos 49 minutos.

O goleador acertou uma bela flechada de fora da área, no canto do goleiro Musse. Foi o 6×5 e festa da torcida Rubro-negra, Índio jogou a camisa para a torcida e entrou para a história se tornando o maior goleador do Vitória em um único jogo contra o rival Bahia.

Não perca, na sexta-feira, 18, o próximo capitulo do especial Ba-Vi, agora com as alegrias do torcedor Tricolor e tristeza da torcida do Leão, no fatídico gol de Raudinei, dando o Campeonato Baiano daquele ano para o Bahia.

Felipe Esteves/AFI

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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