Raudinei: Rubro-Negros querem esquecer esse nome

E dando continuidade a Semana Especial Ba x Vi, falaremos nesta sexta-feira sobre uma das maiores alegrias da torcida Tricolor. Mas, umas das dores de cabeça mais fortes para torcida Rubro-Negra. Essa dor tem um nome: Raudinei. Ele foi o herói do título Baiano mais festejado pela torcida do Bahia e o mais lamentado pela torcida do Vitória.

Fiquem ligados aqui no Futebol Interior. Só aqui vocês vão ter o histórico do clássico Ba x Vi, com matérias especiais sobre as principais curiosidades. Neste sábado, colocaremos no ar, a última matéria do Especial Ba x Vi, com as principais polêmicas que já rondaram o clássico e seus bastidores.

Raudinei: Da Mooca à glória na Boa Terra.

Para começar a história, é importante que vocês, leitores saibam, um pouco da carreira e características do jogador. Raudinei Freire apareceu no futebol pelo tradicional Juventus da Mooca, nos anos 80. Logo despertou interesse dos grandes clubes do estado, como o Corinthians e Palmeiras.

Mas, o destino do centroavante foi a Europa. Por dois anos foi jogador do Porto, em Portugal. Nas terras lusitanas, o matador jogou também pelo Belenenses e Gil Vicente. Jogou na Espanha, no tradicional Deportivo La Coruña. Voltou ao Brasil nos início dos anos 90, quando defendeu o Guarani.

Dentre outros clubes que o atleta defendeu, estão o América de Natal, Ituano, Juventude, Paraná, São Caetano e Portuguesa Santista. O último clube do ex-jogador foi o União São João de Araras, onde encerrou sua carreira em 1999.

Raudinei, hoje, mora em São Paulo e tem um herdeiro. No maior estado do Brasil, o carrasco do Rubro-Negro baiano empresaria jogadores de futebol e é agente FIFA e credenciado pela CBF.

Bahia 1 x 1 Vitória (1994) – 7 de Agosto: Quase 100 mil pessoas e o reserva Raudinei, entra e tem seu dia de glória.

A final desse Campeonato Estadual da Bahia vai ficar marcado na história do futebol brasileiro. Os torcedores da dupla Ba x Vi não vão tirar da cabeça o que aconteceu nesse dia. Para muitos tricolores, o maior título estadual já conquistado. Já os Rubro-Negros querem apagar pra sempre essa data.

Nesse dia, a saudosa Fonte Nova recebeu o maior público pagante da história dos Ba x Vi’s: 97.200 pessoas testemunharam um dos clássicos mais emocionantes que já foi disputado na Brasil.

Nesse dia sete de agosto, Bahia e Vitória disputavam mais uma decisão nas suas histórias. Com uma Fonte Nova lotada, o Bahia jogava apenas por um empate para conseguir o Bicampeonato estadual. Já o rival Rubro-Negro precisava de uma vitória para sagrar-se o campeão Baiano daquele ano.

O Bahia tinha em seu elenco, comandados pelo conquistador de estaduais Joel Santana, os atacantes Uéslei e Marcelo Ramos. O Leão baiano tinha sido vice-campeão Brasileiro de 93, ainda contava com o lateral-direito Rodrigo, o zagueiro João Marcelo e os atacantes Pichetti e Alex Alves. Mas, o destino reservava a glória para um jogador reserva tricolor: Raudinei.

Como precisava da vitória para conseguir conquistar o título, o Vitória partiu pra cima do rival Tricolor em quase todo o primeiro tempo. Com um futebol bastante ofensivo, comandados pelo técnico Sérgio Ramirez, o Vitória conseguiu seu objetivo. O gol de Dão, aos 44 minutos do primeiro tempo, dava o título ao Leão baiano.

Na segunda etapa da partida, o Rubro-Negro segurou mais o jogo e viu o Tricolor apertar o jogo e levar perigo em diversas oportunidades. O tempo estava passando e muitos torcedores do Tricolor já estavam tomando o rumo de cabeça e viam a torcida do Vitória cantar e festejar o título que estava por vir.

Mas, o que ninguém esperava aconteceu. Aos 46 do segundo tempo o goleiro Tricolor Jean deu um chutão pra frente. Em um bate rebate perto da área Rubro-Negra, o meia do Bahia, Souza, escorou de cabeça e a bola sobrou para um certo atacante que havia entrado no segundo tempo, Raudinei, que, de primeira bateu no canto do goleiro Roger. Bahia empatava o jogo aos 47 do segundo tempo e dava ao tricolor o bi-campeonato estadual.

Quem estava saindo do estádio voltou. Os Rubro-Negros que comemoravam e faziam à festa, entraram em desespero. O Bahia ganhou o Bicampeonato Baiano de 1994, na mais emocionante final de estaduais no estado.

Ficha do jogo:
Bahia 1×1 Vitória
Local: Fonte Nova
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas/ FIFA-MG
Auxiliares: Raimundo Nascimento e Wilson Paim
Renda: R$ 240.730,00
Público: 97.200 pagantes
Gols: Dão, aos 44 do 1º tempo e Raudinei, aos 46 do 2º tempo
Cartão Amarelo: China, Roger, João Marcelo, Rodrigo, Serginho e Raudinei.
Cartões Vermelhos: Souza e Gelson

Bahia
Jean; Odemilson, Advaldo, Missinho e Serginho; Maciel (Raudinei), Souza, Ueslei e Paulo Amílio; Zé Roberto (Naldinho) e Marcelo Ramos.
Técnico: Joel Santana

Vitória
Roger; Rodrigo, João Marcelo (Gelson), China e Roberto; Dourado, Ramos e Giuliano; Alex Alves, Dão e Pichetti (Fabinho).
Técnico: Sérgio RamirezMauricio Naiberg/AFI Veja o vídeo do gol inesquecivel

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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