Jorge Sampaio: Já revertemos situações piores”

Veja entrevista de Jorge Sampaio ao jornal A Tarde

A TARDE | Um procurador do Atlético Paranaense estava no Ba-Vi para observar Williams. Isso ocasionou a escalação do jovem atleta no lugar de Marco Aurélio?

JORGE SAMPAIO – De forma alguma. A entrada de Williams Santana foi totalmente opção de Vágner Mancini. Quem estava no Barradão, a meu convite, foi Mário Petralha (presidente do conselho deliberativo do CAP). Inclusive tive uma reunião hoje (segunda-feira, 21) com ele.

Qual o motivo da reunião?

JS -| Estamos formando uma parceria com o Atlético, para empréstimos de jogadores. O atacante Dinei é um dos jogadores de lá que estamos negociando sua vinda.

Você acha que o Vitória terá um time competente a tempo de enfrentar o Cruzeiro, no dia 10 de maio, pela Série A?

JS Acredito… totalmente. Novos reforços vão aparecer, como Rodrigão, e Vágner Mancini vai acertar o time até lá. Ele está dando outra cara no elenco.

Estas contratações poderão ser novamente de forma frustrada, como a maioria feita para esta temporada?

JS | Nossas contratações são feitas sem dinheiro de venda, dentro da realidade do Vitória. Não gastamos absolutamente nada com a vinda destas contratações, tirando o salário mensal. É muito difícil achar bons jogadores desta maneira. Já está difícil contratar com dinheiro, imagina sem dinheiro? Estamos com uma situação financeira difícil. É a justiça do trabalho e justiça cível tirando dinheiro que já é pouco nos nossos cofres. Bloqueios de verbas e problemas judiciais não nos deixam em paz.

Mas porque tanta contratação frustrada?

JS | Estas contratações que não deram certo foram feitas, pelo menos a maioria, ainda com a comissão técnica anterior, de Vadão e Gersinho. Na renovação com o treinador, adotamos esta política de seguir o conselho de Vadão. Nem ele esperava a falta de rendimento dos seus indicados. Estes últimos trazidos, a maioria também foi indicação de Mancini.

Mesmo com a experiência de Vadão, ainda acredita totalmente nas indicações do atual técnico? Os que mais vingaram na equipe não foram sugestões dos treinadores.

JS | Pois é. Ramon e Rodrigão fomos nós mesmos. Muitas vezes os palpites dos treinadores prejudicam. Mas na hora que você contrata um técnico, nós discutimos estas questões. Nós combinamos, assim como Vadão, que Mancini iria avaliar o elenco e sugerir nomes. Isso é uma prática natural no futebol. Não existe um treinador de ponta que não exija isso nas suas condições de trabalho. Só espero que Mancini não erre tanto como Vadão, que é nosso amigo, mas não conseguiu o sucesso esperado, pelo menos no Baiano e na Copa do Brasil.

Você ainda não venceu o Bahia dentro do Barradão. Já tem torcedor te chamando de pé-frio.

JS | Isso é relativo. Eu venci muitos fora de casa, inclusive as disputadas na Fonte Nova. Então sou pé-frio em casa e pé-quente fora? Não ligo muito pra superstição.

Ainda acredita no título do Campeonato Baiano?

JS | Ainda acreditamos no título do Campeonato Baiano. Se engana quem pensa que jogamos a toalha. Só me resta pedir desculpa à torcida pela vergonha que todos nós passamos no Barradão. Como aconteceu na nossa casa, pode acontecer em Feira, mas de forma inversa. Já revertemos situações piores e temos estrutura para virar o jogo. Já passamos por coisas piores. Quem não lembra da Série C? Estávamos desacreditados e revertemos o quadro.

Você conseguiu tirar o Vitória da Série C e levar até a Primeira divisão. Você já teme uma dificuldade na Série A, principalmente para não brigar pelo rebaixamento?

JS | Não posso ser peru para morrer de véspera. Vamos montar um bom time competitivo com a ajuda de Mancini. Vamos fazer uma boa campanha, sim!

Moysés Suzart, do A Tarde

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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