Torcidas do Bahia não vão a Feira amanhã

O Bahia ganha em público e renda, mas perde o apoio das organizadas. As duas maiores torcidas do clube são taxativas: não vão a Feira de Santana amanhã por conta da violência e ainda sustentam a dúvida quanto à presença no Ba-Vi de domingo. A Bamor sequer apareceu no Jóia da Princesa na vitória por 2×0 sobre o Fluminense e aconselhou os seus associados a acompanhar à partida pelo radinho.

“Tem uma torcida por lá que quer se promover através da violência e não vamos para o confronto. Eles dão pedrada e já atearam até fogo nos ônibus das torcidas organizadas. Nossa linha não é essa”, comenta Cristóvão Contreiras, diretor da maior organizada tricolor, que prefere não dar publicidade ao grupo. A Povão se arriscou por lá e promete não voltar. Segundo seus membros, torcedores de Feira sequer assistiram ao jogo e armaram uma emboscada na saída do estádio. “Eles estavam do lado de fora com paus e pedras. Sorte que percebemos e retornamos. Chamei a guarnição policial e só aí pudemos voltar para Salvador. Ainda assim, alguns ficaram escondidos e arremessaram pedras contra o nosso ônibus”, conta o presidente da Povão. Quem esteve pelos arredores do Jóia da Princesa lembra que os agressores conseguiram se armar em um entulho nos arredores do estádio. Jogados de fora, os pedregulhos atingiram ao menos dois torcedores do Bahia nas arquibancadas, atendidos dentro de campo pela unidade móvel da Vitalmed. A rivalidade hostil se arrasta há alguns anos _ tanto por influência de torcidas “parceiras” de outros estados, quanto por falta de repressão. No dia 21 de janeiro do ano passado, pelo mesmo Campeonato Baiano, representantes de torcidas de Fluminense e Bahia protagonizaram o confronto em frente ao portão 4 da Fonte Nova. Sete pessoas acabaram feridas por paus, pedras e estilhaços de bombas caseiras. Ninguém foi preso. A troca de insultos quase sempre começa na internet, em blogs, fotologs ou mesmo em comunidades do site de relacionamentos Orkut. Desta vez, no entanto, os comentários se estendem no boca-a-boca. “Temos pessoas ligadas à Povão lá em Feira de Santana e eles já disseram que a conversa lá é essa: ‘se vierem aqui (torcidas do Bahia), vão tomar facada pelas costas’”, sustenta o dirigente da Povão, antes de completar. “O torcedor de Feira não tem nada com isso. É um bando de marginais que faz isso”, também preferindo não citar o nome da organizada local.
Comandante do policiamento da capital, o coronel Eleutério deve receber alguns telefonemas nos próximos dias. Bamor e Povão querem garantia de segurança para ir e voltar do Jóia da Princesa no próximo domingo. A partida é contra o Vitória, com mando de campo do Bahia, mas existe a possibilidade de contratempos. “Vamos pedir escolta para o jogo. O número maior de torcedores também deve inibir alguma ação”, prevê Cristóvão. A Povão também espera contar com o apoio do comandante, mas ainda não garante presença no segundo Ba-Vi da temporada.Correio da Bahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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