Sucesso do Atlético é impulsionado por parceria com o São Paulo.

A cidade de Alagoinhas fica a 127 km de Salvador, na fronteira do sertão da Bahia, e tem pouco mais de 140 mil habitantes. E foi para lá que seis jogadores do São Paulo seguiram na última semana, no intuito de reforçar o modesto Atlético-BA, terceiro colocado do Campeonato Baiano, que assinou um convênio com o clube válido até o fim do torneio.

Os meias Jonatas, Allan Dias e Filipe, o atacante Robert e os zagueiros Fabrício e Flávio Donizete estrearam na vitória por 3 a 1 desta quarta-feira, 30, contra o Vitória da Conquista. Robert marcou dois e Filipe fechou o placar. O resultado ajudou o time a subir uma posição na tabela e igualar-se ao Bahia em pontos (14).

De acordo com o presidente do Carcará, apelido do Atlético, Raimundo Queiroz, a oportunidade surgiu por intermédio de um amigo em comum com o mandatário tricolor, Juvenal Juvêncio, há cerca de um mês. “Este amigo agendou uma reunião e o nosso entendimento foi muito bom desde o começo”, conta Queiroz.

Durante o encontro, o dirigente baiano solicitou ao presidente do clube paulista uma ajuda para levar a equipe à disputa da Série C deste ano. O auxílio não seria financeiro, e sim técnico. Imediatamente, dois diretores do clube foram encarregados de liberar alguns jogadores da equipe B tricolor por empréstimo para o Atlético. Os salários de todos são integralmente pagos pelo São Paulo.

Mesmo com todas as vantagens do acerto, Raimundo Queiroz ainda se recusa a incluir o Atlético entre os candidatos ao título baiano. “Bahia e Vitória são favoritos em qualquer campeonato que disputem. Queremos apenas ficar entre os quatro”, minimiza.

Os jogadores, que por enquanto moram juntos em um hotel no centro da cidade, confirmam que as expectativas para a aventura são boas, apesar das enormes diferenças entre as estruturas dos dois times. “Sem querer desmerecer o clube, a diferença é muito grande. Tanto do estádio, das instalações, os salários dos jogadores, a comida”, compara o meia Allan Dias, que reclama especialmente do calor.

Já o zagueiro Flávio Donizete, que foi ao Japão conquistar o tri-mundial com o São Paulo em 2005, alega que a mudança vai lhe trazer mais experiência e oportunidades para fechar com outros times. “É difícil saber que eu estava num dos maiores clubes do Brasil e agora estou em um menor, mas eu tenho de me motivar ainda mais por isso. Tenho também a expectativa de fechar com um time grande.”

O jogador levou mulher e filha para o interior baiano, mas não esconde que não pretende passar no Atlético mais do que os três meses previstos no empréstimo, e que Bahia, Vitória ou outros clubes de São Paulo são seu principal objetivo. “É bom estar aqui, mas se fosse em Salvador, por exemplo, seria bem melhor.”

Para Allan Dias, a principal característica dos paulistas que chegaram a Alagoinhas é ser um grupo ‘sem frescura’. “A gente sabia que ia ser difícil, mas o grupo criou ânimo e o objetivo é trabalhar com garra e vontade. Queremos ser campeões”, afirma.Lucas Esteves/ Pelé.Net

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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