Torcedor do Bahia só serve para pagar ingresso

No dia 30.1.2008, pontualmente às 18:00h, na decadente Sede de Praia do Bahia, que leva o nome do mandatário tricolor, foi realizada a reunião do Conselho Deliberativo, que, como já esperado, aprovou a minuta do novo estatuto do Esporte Clube Bahia, que não contempla as eleições diretas. Munidos de panelas, apitos, faixas, cartazes, carro de som e muita DIGNIDADE, um grupo de bravos torcedores do Bahia, verdadeiros heróis, ao invés da partida contra o Ipitanga e dos preparativos para o carnaval, preferiram comparecer à sessão secreta dos conselheiros tricolores, para protestar contra a barbaridade que aquele conselho estava prestes a decretar ao Bahia. O que se via, eram carros importados chegando, com vidros escuros cerrados, certamente para que os seus ocupantes se escondessem no anonimato. Por quê se escondem por trás de vidros escuros? Pelo mesmo motivo que não têm os nomes revelados em lista do conselho eleito desde janeiro de 2006? Por quê não se apresentam ao torcedor do Bahia de cara limpa e assumem os seus atos (ou omissões)? O que dizer, então, do fato do conselheiro Ademir Ismerim, ao final da reunião, ter informado aos torcedores que cerca de 30 conselheiros votaram a favor da reforma dos estatutos sem eleições diretas e o clube anunciar que foram 75 votos favoráveis? Onde estavam os outros 45 misteriosos conselheiros? Votaram por telefone? Votaram antes da reunião? Depois? Mais um mistério! A quem serve um grupo de conselheiros anônimos, que só dizem amém e jogam a pá de cal sobre o Bahia e a sua tão almejada democratização? Diante de tantas dúvidas, que somente reforçam a existência de uma verdadeira caixa preta no Esporte Clube Bahia, fica a certeza de que: I – Sem dinheiro e sem estádio, os dirigentes do Bahia preferiram abdicar de uma campanha de associação em massa, com eleições diretas, para se perpetuarem no poder; II – A máscara caiu. Chega de mentiras nas rádios, nos jornais e na TV. Está registrado em ata. Paulo Maracajá, Marcelo Guimarães, Ruy Accioly e Petrônio Barradas não são e nunca foram a favor de eleições diretas no Bahia. III – Para a diretoria do Bahia, o pobre torcedor só serve para pagar ingresso e nada mais. Terminada a famigerada reunião do conselho, foram-se embora os anônimos cavaleiros, solenes, escondidos atrás dos vidros escuros de seus carros importados. Talvez sorrindo, por terem, mais uma vez, protegido o secular segredo da caixa preta do Bahia.Associação Bahia Livre

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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