Ba x Vi: Casos de polícia e o suicídio

Bastidores, tapetão ou gramado. Nem sempre a atuação em um destes palcos foi suficiente para resolver problemas de um Ba-Vi. Algumas vezes o clássico virou caso de polícia. Em 1934, teve até morte. Em 1997, um tricolor colocou uma arma na cabeça de um rubro-negro. Aqui você vai saber mais sobre os lamentáveis episódios. Suicídio
O clássico acontecia como parte das comemorações do 2 de julho, data da independência da Bahia, no campo da Graça, em 1934. Mas o que seria apenas um jogo comemorativo se transformou na maior tragédia da história dos Ba-Vis.
O Bahia vencia por 2 a 1, quando Almiro, do Vitória, sofreu pênalti cometido pelo zagueiro Bastos. Barbosa partiu para a cobrança, o goleiro tricolor, Nova, se antecipou, dando um salto para frente, antes do rubro-negro chutar, e defendeu. Para revolta de jogadores e torcedores do Bahia, o árbitro Vivaldo Tavares mandou repetir a cobrança, o que causou uma briga generalizada entre os atletas.
Depois de muita confusão, finalmente, o pênalti foi cobrado e o rubro-negro chegou ao empate. No intervalo, Bitonho, do Bahia, agrediu o árbitro, que, machucado, não teve condições de continuar na partida. O Vitória acabou vencendo por 4 a 3. Bitonho foi preso e depois liberado. No dia seguinte, ao ver a repercussão do caso nos jornais, o atleta acabou se suicidando, ingerindo cianureto de potássio.
Preto x Parreira
Preto, com a camisa do Vitória, escapou porque pediu desculpa.
Num Ba-Vi pelo Campeonato Baiano, em 1995, na tentativa de desestabilizar o adversário, forçar uma agressão e, consequentemente, expulsão, o falastrão e baixinho meia Preto, do Vitória, insinuou que ter mantido relações sexuais com a mulher do tricolor Parreira, zagueiro. Prontamente, o defensor do Bahia revidou e acabou levando o vermelho, para a satisfação de Preto e da torcida rubro-negra.
Na saída do gramado, Parreira cometeu a asneira de narrar o fato aos repórteres. Como os dois atletas moravam no mesmo condomínio, na orla de Salvador, a imprensa logo tratou de especular que o suposto envolvimento sentimental entre Preto e a esposa do colega realmente acontecia, o que foi negado pelo provocador.
O caso teve enorme repercussão e foi parar, logicamente, nas arquibancadas. Em outro clássico, dias depois, um dos coros da galera rubro-negra era – “Preto comeu a mulher Parreira”, repetido exaustivamente, para desespero do zagueirão.
Inflamado com os gritos da torcida adversária e as provocações de Preto, Parreira deu um soco no meia e, novamente, foi expulso. Só que, após o jogo, não foi para a sua casa, e sim para a residência de Preto.
Parreira invadiu a casa do meia, armado com um revólver. Puxou o colega pelos cabelos e o levou até a sua casa. Mandou que ele ajoelhasse em frente à sua esposa e, com a arma apontada para a cabeça, desmentisse o adultério. O “pedido” foi plenamente atendido.
Liberado, Preto foi até a delegacia e prestou queixa. Parreira alegou ter agido em defesa da honra. E ficou por isso mesmo.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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