Essa torcida é toda sua!

Meu jovem amigo tricolor ficou pê da vida porque andaram publicando aí que a torcida do Bahia era o dobro da do Vitória no Estado, mas os dois times empatavam no âmbito nacional. Ele entende que o tricolor é maior que o rubro-negro também nacionalmente.

Ele lembra que o Bahia tem a sexta maior torcida de São Paulo, por exemplo. Se entendi bem, esta revelação de nossa novíssima imprensa acha que a dobrada no pobre do Vitória seria mais relevante como informação que o Flamengo ser o maior da Bahia.

Sou dos que não entram em barca furada de pesquisa quantitativa porque não faço fé, tenho paranóia de achar que é golpe, manipulação. E prof. Paulo já alertou que estas pesquisas têm um grave problema por não levarem em conta a questão da tal da hermenêutica (não morde!).

Não dá pra explicar aqui que diabo é hermenêutica. Mas seria mais ou menos sempre contextualizar as situações com o que se passa na vida da pessoa no momento da pesquisa. É esparro contar de um a um e depois criar uma lei geral com base no número. É uma arrogância fenomenológica.

Nesta linha de pensamento, as questões objetivas sempre escondem subjetividades que a santa e casta matemática das pesquisas não consegue decodificar. Lembrem da eleição de Jaques Wagner no primeiro turno e vejam como números de pesquisa podem enganar.

REGULAMENTO

Portanto, meus caros que entraram aqui neste humilde, mas asseado kitinete virtual, não percam seu precioso tempo lendo os próximos parágrafos. Invistam seu minuto e meio em algo mais produtivo que ler alguém que não acredita nem uma linha no tema que está escrevendo.

Tem também o problema da ‘bias’, uma palavrinha estranha do jargão acadêmico que não tem tradução para o português. Quer dizer, mais ou menos, as nossas subjetividades que parametrizam (desculpem complicar toda hora!) nosso modo de ver e experienciar o mundo.

Quem é Vitória, vai querer protestar desse resultado. Quem é Bahia, vai querer achar que é normal. Mas protesta também porque quer mais, quer ser o melhor do país. Talvez por isso, quem preferiu destacar o Flamengo na edição em tela, quis se sair de ‘pobrema’ de Ba-Vi.

Bem, dito todo este bolodório acima, vou informar a grande besteira deste texto: a maior torcida baiana é a do Galícia. Sim, amigos, o pequeno galicinha que caiu na era Virgílio Elísio, em um curioso cruzamento com o Fluminense de Feira em 1997 ou foi 1998.

O Galícia tinha ficado em penúltimo e o Touro em último, mas o regulamento previa que os dois se enfrentassem. E os dois clubes históricos reeditaram a final de 1968, só que de cabeça pra baixo. E o time da sagrada família Santarém caiu e por lá ficou.Veja o texto do Paulo Leandro na íntrega aqui

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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