Laudos eliminam ‘Pituaçu’ para jogos do Bahia

A estrutura do Estádio de Pituaçu depõe contra sua utilização pelo Bahia no Campeonato Baiano de 2008. Os atuais laudos técnicos restringem à praça esportiva partidas por categorias de base – infantil, juvenil, júnior – e estadual da segunda divisão. Capacidade de público limitada a oito mil pessoas, menos da metade dos 18 mil caso estivesse em condições plenas. Pituaçu é mais fé do que realidade.

Pressionado pela interdição da Fonte Nova, ainda ontem (27), o superintendente da Sudesb, Raimundo Nonato, o ex-jogador Bobô, adiantou, em nota do governo do estado: “Se a interdição da Fonte Nova levar de três a quatro meses, a Sudesb terá que dar um jeito no Estádio de Pituaçu para atender à demanda dos jogos do campeonato baiano”.

Vontade que esbarra no inabalável tempo. Expira em 10 de dezembro, daqui a 12 dias, o prazo para os 12 clubes participantes do Baianão ratificarem junto à Federação Bahiana de Futebol (FBF) seus respectivos mandos de campo aprovados por laudos técnicos de Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Cópias dos documentos serão encaminhadas ao Ministério Público.

“A exigência consta no Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671)”, limita-se a dizer o presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, respaldado pelo artigo 23 da norma de 15 de maio de 2003. A entidade, inclusive, responde a processo na Justiça comum do Grapiúna no valor de R$2 milhões pela não-realização do acesso em 2005. “Foi exatamente pela falta de laudos técnicos emitidos em tempo hábil por outros clubes inscritos”, recorda.

De tão esquecido, Pituaçu resiste por heróico, assim como foi a Fonte Nova até a tragédia. Os investimentos em manutenção foram escassos desde que Roberto Santos, que emprestou o nome ao recinto, deixou o governo, em 1979. Do cimento inerte, brota rachaduras e limo. Mantêm-se frio sem a vibração do torcedor. Há mais que grama no campo de jogo. Existe areia para camuflar as imperfeições. E o mato que cresce livre, como denunciam os buracos em série no muro que circunda o descaso.

No passado, o Estádio Metropolitano salvou o Bahia. Nobre encontro de destinos cruzados. Para receber a seleção brasileira em outubro de 1995, contra o Uruguai, o governo do estado, ainda em 1994, ajustou o recinto fincado entre as avenidas Paralela e Pinto de Aguiar. Durante os dez meses de obras na Fonte Nova, abriu Pituaçu para o Bahia mandar jogos tanto do estadual como do Brasileiro de 1995. Com planejamento, em 2 de abril de 1995, Pituaçu abrigou seu primeiro clássico Ba-Vi: 18.418 entradas negociadas na soma de oito bilheterias. Ibahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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