Jogar ou não jogar na Toca do Leão?

No filme O Poderoso Chefão, o mafioso Don Corleone prega uma filosofia: mantenha seus amigos por perto, mas seus inimigos mais perto ainda. Claro que a rivalidade não precisa ser sinônimo de inimizade. Porém, sem a Fonte Nova, o Bahia poderá recorrer ao seu principal adversário para mandar seus jogos, principalmente da Série B e Copa do Brasil.

Para o presidente do Vitória, Jorge Sampaio, o time está aberto ao diálogo, independentemente da rivalidade. “Só fico com receio de vandalismo no patrimônio rubro-negro. A invasão da Fonte Nova foi um ato de selvageria muito feio para o futebol baiano. Não queremos isso aqui”, salientou o cartola.

Segundo a diretoria rubro-negra, o Barradão nunca foi alugado, por se tratar de um estádio particular, único na Bahia em atividade. “Todos os eventos, seja religioso ou musical, doamos o espaço sem cobrar nada, principalmente se forem nossos parceiros”, pregou o presidente do time baiano.

Para o administrador do Manoel Barradas, Haroldo Tavares, grandes reparos no Barradão ocorrem justamente quando tem Ba-Vi. “O prejuízo com o nosso patrimônio quase duplica quando tem clássico. As dependências do Barradão sofrem sérios danos. Até sanitário eles tiram”, citou Haroldo.

O prejuízo gira em torno de R$ 50 a 70 mil na partida entre Bahia e Vitória, segundo a diretoria. A solução para o aluguel, além dos 10% na renda, seria um termo no contrato com um valor destinado aos danos causados pela torcida tricolor. “Não vamos explorar ninguém. Mas queremos nosso estádio intacto”, finalizou Jorge Sampaio.

Porém, apesar do diálogo aberto da parte rubro-negra, a diretoria tricolor garante que não existe nenhuma possibilidade alugar o Barradão. O presidente do Bahia, Petrônio Barradas, chegou nesta quinta de Goiás, local da última partida do time na Série C, preferindo o descanso. Mas, por meio da assessoria, garantiu que o Manoel Barradas está descartado dos planos.

Pituaçu será reformado, garante Bobô.

O Estádio Governador Roberto Santos (Metropolitano de Pituaçu) será reformado para atender às necessidades dos clubes profissionais da Bahia. O anúncio foi feito ontem, à noite, pelo diretor ge-ral da Superintendência de Desportos da Bahia (Sudesb), Raimundo Nonato Tavares da Silva (Bobô). Ele explicou que, com a interdição do estádio Octávio Mangabeira (Fonte Nova), Salvador ficou sem uma praça de esporte que atenda às exigências impostas pelo Estatuto do Torcedor. Por isso, o estado está buscando uma alternativa.

Sobre a reforma anunciada, o diretor da Sudesb disse que ainda não tem o valor da obra, o que só será conhecido após o levantamento que será realizado. Essa reforma não depende dos recursos da emenda dos deputados. Conhecido o valor, serão feitas gestões junto aos órgãos financeiros para captar os recursos.

Segundo Bobô, é necessário, neste momento em que o governo decidiu interditar a Fonte Nova, oferecer outra opção para os jogos dos clubes profissionais. Ele assinalou que não existe prazo definido para o início da reforma. “Após o levantamento dos custos, temos que cumprir os trâmites burocráticos”, ressaltou. A reforma, finalizou, busca adequar o estádio às exigência do Estatuto do Torcedor, do Corpo de Bombeiros (rotas de fuga no caso de emergência), Polícia Militar e Vigilância Sanitária.Correio/Atarde/Adaptados

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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