‘Em 2004, Vitória era rachado’, diz Mário Silva

Há 35 anos no Leão, Mario Silva revela detalhes da época de Vampeta, Edílson e Felipe

Após viver o maior momento de sua história em 1993, quando foi vice-campeão brasileiro, o Vitória amargou dois rebaixamentos consecutivos: para a Série B em 2004 e, finalmente, para a Terceira Divisão em 2005. O Rubro-Negro baiano passou por um período turbulento, se reestruturou, e hoje comemora o retorno à elite do futebol brasileiro.

Há mais de 35 anos no clube, Mario Silva, atualmente supervisor de futebol, conversou por telefone e revelou, com detalhes, como o Leão chegou ao fundo do poço até voltar à Primeira Divisão.

Salários astronômicos e grupo rachado

“Em 2004 tínhamos uma equipe que não condizia com a nossa estrutura. Jogadores como Vampeta, Edílson, Cléber Santana (ex-Santos, hoje no Atlético de Madri), Nenê (ex-Corinthians, Grêmio, atualmente no futebol japonês) integravam uma equipe de muita qualidade, porém com a folha de pagamento acima da realidade do que o clube podia pagar. E, com isso, tínhamos problemas de insatisfação, pois havia jogadores com salários altíssimos, enquanto quem era formado no clube tinha o salário muito mais baixo”.

Troca de técnicos e queda para a Série B

“Começamos com Agnaldo Liz até o meio do campeonato, depois o Oswaldo de Oliveira assumiu por mais dez jogos, mas já estávamos passando por dificuldades. Por fim, chegou o Evaristo de Macedo, que pegou o grupo rachado. Havia o grupo dos amigos do Edílson e o restante do grupo. Era o Edílson e mais três jogadores: Amaral, Vampeta e o goleiro Felipe, que hoje está no Corinthians. No caso do Felipe, ele era muito garoto, estava começando e tinha o Edílson como ídolo. E isso tudo culminou com a queda do clube para a Segunda Divisão”.

O fundo do poço: a Terceira Divisão

“Já na Série B, em 2005, o René Simões (atualmente no Coritiba) comandou o time durante toda a temporada, inclusive conquistando o Campeonato Baiano daquele ano. O time caiu na última rodada sem, em nenhum momento, figurar na zona de rebaixamento. Liderou diversas vezes, depois teve uma queda. Na última rodada, por conta de uma combinação de resultados, caímos para a Terceira Divisão. Ninguém entendeu nada, foi um desastre”.

Reestruturação e volta à elite

“Quando o clube caiu para a Terceira Divisão, o Paulo Carneiro, que era o presidente, não agüentou a pressão e entregou o cargo. Alex Portela assumiu. Mesmo perdendo o campeonato baiano para o Colo-colo, time do interior da Bahia, conseguiu reestruturar o clube. Os salários começaram a ser pagos em dia e não cometemos loucuras na hora de contratar. Estabelecemos metas e, graças a Deus, hoje estamos de volta à Primeira Divisão”.Por Marcello Carrapito – Globo Esporte

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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