Ba x Vi em tempos de paz

Entre 1931, ano de fundação do Bahia, e os anos 50, quando o Vitória finalmente profissionalizou o seu departamento de futebol, a dupla Ba-Vi viveu tempos de relativa paz. Os qüiproquós entre a dupla eram raros, apesar de nunca deixarem de existir.

O que é emblemático dessa época de paz é um episódio ocorrido em 1944. O futebol baiano vivia uma intensa instabilidade política. A disputa pelo poder da Federação Baiana de Desportos Terrestres (FBDT), que controlava o esporte na época, era ferrenha. Por desentendimentos com os clubes, o presidente Antônio Bendocchi decidiu suspender Bahia, Vitória, Galícia e Fluminense de Feira, por 30 dias. Mas o dirigente não agüentou a pressão e levou a pior no racha, tendo que entregar o cargo logo depois.

Quem entrou no lugar de Bendocchi foi Orlando Gomes, após eleição em 24 de outubro de 1944. Descontente também com o novo comando, o Vitória, através de seu Conselho Deliberativo, resolveu pedir desfiliação da FBDT em 4 de outubro de 1945.

Um dia depois, os dirigentes dos demais clubes do Estado, liderados pelos cartolas do Bahia (quem diria), reuniram-se na sede do Tricolor para convencerem o Vitória a voltar atrás na decisão. O encontro foi um sucesso e é a maior prova da incipiência da rivalidade entre os clubes.

Em 1953, após o início do acirramento das disputas entre a dupla, o Vitória organizou o Torneio Bernardo Martins. O objetivo era confrontar os clubes para estabelecer a paz. Foram disputadas duas competições, em 1953 e 1954. O Bahia levou ambos os troféus. O ato do rival serviu para aplacar os ânimos, mas o armistício terminou em 1955, quando o leão tentou desfalcar o esquadrão do ponta Izaltino.www.bavi.com.br

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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