Petkovic: uma história de amor e ódio no Brasil

Os representantes do futebol da Iugoslávia nunca tiveram muito espaço nos gramados brasileiros. Isso valeu até 1997, quando um ponta-de-lança apareceu como destaque do Vitória. Apesar do nome complicado, não demorou muito para Dejan Petkovic conquistar o carinho do torcedor baiano e chamar atenção da maioria dos clubes do Brasil.

Pet, como foi carinhosamente apelidado pelos torcedores, chegou ao Vitória em uma tarde de outubro, uma quarta-feira de 1997. Sem muito tempo para conversas, o iugoslavo estreou no domingo seguinte, em uma partida contra o União São João, pelo Campeonato Brasileiro. A estréia foi boa: um gol marcado no empate em 2 a 2 com o time do interior paulista.

O primeiro jogo no Vitória foi apenas um aperitivo para a torcida. No Brasileirão de 1997, os baianos ficaram com o nono lugar na tabela e não passaram para a fase decisiva. Petkovic, que ainda se adaptava ao futebol brasileiro, parecia reservar todo seu futebol para a edição do ano seguinte do torneio mais importante do Brasil.

E não deu outra. Pet começou o Brasileirão de 98 arrasador, comandando a artilharia do torneio durante as primeiras rodadas. Esbanjando perfeição em cobranças de falta e muita habilidade no trato com a bola, o iugoslavo era a principal arma do time baiano. No entanto, mais uma vez, o Vitória parou na primeira fase e não entrou na briga pelo título.

Para Petkovic, no entanto, o Brasileirão de 98 foi marcante. O meia marcou nada mais nada menos que 14 gols no torneio, mesmo número de Romário e Oséias, tradicionais artilheiros do futebol do Brasil. O maior marcador do ano, entretanto, foi o atacante Viola, que balançou as redes por 21 vezes com a camisa do Santos na competição.

As boas atuações de Petkovic chamaram atenção dos maiores clubes do Brasil. O meia foi sondado por representantes de Fluminense, Cruzeiro, Vasco e Atlético de Madrid. Pet foi dado como praticamente certo pela diretoria do Santos e ainda ficou muito perto do São Paulo, em um acordo com a Federação Paulista de Futebol, que acabou não se concretizando.

Quem acabou levando a melhor na briga pelo iugoslavo foi um time do exterior. O meia foi contratado pelo Venezia, da Itália, por U$ 5 milhões, em maio de 1999. Era o fim de um belo ciclo no Vitória da Bahia. Ao todo, foram 59 jogos e 41 gols, com a conquista da Copa do Nordeste de 1999.

Na Itália, Pet não repetiu os bons momentos do Vitória. Foram apenas 13 jogos disputados e um gol marcado. Insatisfeitos, os diretores do Venezia decidiram renegociar o meia, depois de um ano. O futebol brasileiro, por sua vez, não tinha esquecido os gols do iugoslavo e as portas do Flamengo se abriram para Petkovic onde teve brilhante passagem, no Brasil também defendeu as cores do Vasco, Fluminense e Goiás onde teve uma passagem apagada, hoje defende as cores do Santos.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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