Por que o gerente não foi dispensado?

Este assunto Jael já rendeu panos para duas cortinas, e creio que ainda renderá no dia de hoje com a assinatura da rescisão de contrato e a entrevista coletiva que deve funcionar, também, como despedida do clube do qual foi ídolo, até perder o juízo e agredir um funcionário do clube (foto) e de confiança do gestor Paulo Angione; este tem sido duramente criticado por exercer com pulso firme o clube, tal como deveriam agir todos os administradores que se respeitam.

No entanto, no futebol, que tem leis distintas e próprias, o que impera é a quantidade de gols que o infrator marque. Se é artilheiro, tem identificação com o clube dentro ou fora de campo, interage com a torcida no Twitter, a este é facultado o direito inquestionável de quebrar todo mundo no pau e, se for afastado por “esses pequenos deslizes”, como aconteceu com Jael, em coro devemos promover o executor para a condição carrasco, irresponsável e autoritário.

A Tribuna da Bahia desta terça-feira responde, em parte, os questionamentos dos tricolores: Por que o gerente também não foi dispensando? Confira.

‘Por que André Araújo também não sai do Bahia?” A pergunta, repetida dezenas de vezes pela torcida do Bahia, não entrou em questão. No inquérito administrativo da Comissão Técnica apresentado ao presidente Marcelo Guimarães Filho, ficou “claro” que o funcionário não agrediu Jael, e que apenas tentou impor a sua condição no clube, exigindo que o jogador cumprisse a programação que tinha sido estabelecida para ele.

Mas, independente do relatório de apuração, em nenhum momento a saída de André Araújo foi questionada porque ele é o “braço direito”, personagem importante e de confiança na administração do Gestor de Futebol, Paulo Angioni. A direção do Bahia jamais se pronunciou publicamente sobre o assunto, mas sabe-se, em “off”, que essa decisão implicaria na saída de todo o grupo do futebol.

Sabe-se ainda, inclusive na posição pública de alguns jogadores, como o zagueiro Nem, que se recusou a fazer comentários sobre o incidente, que a posição de André Araújo fica bastante difícil dentro do Fazendão, e há quem tema uma espécie de “boicote” ao seu trabalho por parte dos demais jogadores, que é uma classe corporativista e não vai deixar “barato” a saída de Jael, um jogador tido por todos como decisivo nos planos do time no Estadual.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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